Isso aí. Estou de volta, depois de uma generosa visita de Papai Noel.
sexta-feira, 27 de dezembro de 2002
terça-feira, 24 de dezembro de 2002
Imagina que você tem um daqueles quebra-cabeças de 8 mil peças. Aí, você monta 4 mil de um lado. Ao mesmo tempo, monta 4 mil de outro. Você terá dois grandes quebra-cabeças, um de cada lado.
Agora, imagine que você junta as duas partes/metades do quebra-cabeça, encaixando peça por peça, ao longo da vertical dele.
Se você for capaz de imaginar isso, é capaz de imaginar aquilo que somos eu e Estela.
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Pedro Wolff
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24.12.02
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Minha namorada acha que o céu é um sofá bem grande. Eu discordo. Acho que é um chão, pra gente se espichar. Em cima do chão, tem um sonzinho, pra gente escutar.
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Pedro Wolff
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24.12.02
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sexta-feira, 20 de dezembro de 2002
Pedro vai cortar o cabelo
Esbaforido, eu passo em frente a um salão e vejo que ele está 25% mais barato que os outros em volta. Meu cabelo é ruim, então o corte também pode ser ruim, certo? Acontece que eu estava morrendo de pressa. Então, entro e peço para reservar um horário. A atendente responde que tem como fazer na hora. "Mesmo? Eu tenho que estar livre em meia hora", eu me certifico. "Claro, senhor", é a resposta.
Lá vou eu. Sento numa das cadeiras e espero vir o sujeito que vai encurtar meus pelos. É uma loiraça, de 1,80m de altura. Olha para mim e diz para acompanhá-la, para lavar o cabelo. Eu tremi nas bases. Eu sempre durmo nessa parte. Mexer na minha cabeça é me fazer dormir. Eu já dormi com um negão 3x4 lavando meu cabelo no salão ali do lado. Já até dormi na cadeira do dentista! Sim, mexer em q.u.a.l.q.u.e.r parte da minha cabeça me dá sono. Imagina se fosse aquela loira. O que ela ia pensar de mim? Eu tenho namorada, ora!
Aliás, assim que bati os olhos nela, percebi que tínhamos algo em comum: as raízes negras. E lá deitei eu naquela espécie de pia que eles têm nos salões. "Água fria, morna ou quente?". Naquele calorão, sempre gelada! É bom, que refresca a cabeça e as idéias. Vai molhando o cabelo. Ela enche a mão de xampu e começa a passar pela minha cabeça. Que tristeza. O pior cafuné do planeta. Acho que ela não gostava de cabelo, sei lá. Sei que foi a primeira vez na vida em que eu nem bocejei lavando a cabeça. Sim, eu bocejo até quando sou eu mesmo lavando a minha cabeça.
Já não se fazem mais loiraças como antigamente. Inda bem que eu tenho a minha morena. Aquilo sim é cafuné.
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Pedro Wolff
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20.12.02
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Importante lembrar: se você gosta de algum dos posts, se não gosta, se discorda, se concorda, se nada, muito pelo contrário, se você é apático, se é simpático, antipático, ou hepático, se acha que sim, se acha que não, se acha que depende, ou não acha, se isso, se aquilo,
COMENTE!!!!!!!
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20.12.02
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Ao Villas-Boas
Quem me conheceu no início do curso de Direito, sabia que o que eu mais queria fazer, naquela época, era diplomacia. Por causa dessa intenção, eu conheci uns nomes desde cedo. Esta semana, dois desses nomes partiram para o Oriente Eterno. Um foi Evandro Lins e Silva, antecedido por Orlando Villas-Boas. Ambos tinham muito a ensinar ao mundo da diplomacia. Curiosamente, cada um em um ângulo simetricamente oposto ao outro.
Os que me conhecem atualmente, sabem que eu sou um estudante de Direito muito relapso. Então, não vou fingir que estou mais comovido com Lins e Silva que com Villas-Boas. Quem quiser saber mais sobre Lins e Silva, pode ler um interessantíssimo artigo no blog da Estela. Eu sinto muito mais saudades de Orlando Villas-Boas.
Orlando e seu irmão, Claudio, decidiram lançar os braços da diplomacia para um país muito mais interessante do que qualquer outro: aquele onde nasceram. Decidiram lançar-se ao interior, buscando comunicação com gente que não falava nenhum idioma conhecido nas geografias de Henfil: o sulmaravilha e a Caatinga. Ou algum leitor saber responder à pergunta: nhe'enga Tupi? Pois eles sabiam. E decidiram aprender muito mais do que isso.
Decidiram levar aos povos isolados do Mato Grosso e da Amazônia as comodidades do mundo branco. Decidiram trazer aos mundo branco o universo que existia em sua própria esquina. Uma tarefa nada simples.
Tempos atrás, eu iniciei uma difícil pesquisa sobre a mitologia indígena brasileira pré-cabrália. Precisei de um livro de Orlando Villas-Boas. Fiquei maravilhado com a escrita. Ele possuía um estilo muito próprio. Era erudito, ao mesmo tempo que claro. Inteligente, ao mesmo tempo que direto. Não era redação de quem havia vivido a vida inteira no mato, comendo cobras com os nativos. Nem era literatura acadêmica, de quem havia passado a vida inteira trancado numa biblioteca, vendo índios pelas fotos do Mal. Rondon. Não. Era linguagem de quem tinha que se comunicar, a todo custo.
Recomendo a todos os meus leitores algum livro de Orlando Villas-Boas. Quem quer que queira saber o que é comunicação deve saber escrever e falar como ele. Esqueçam Chatô, nem pensem em Abelardo Barbosa. O maior comunicador que já pude encontrar faleceu faz menos tempo que isso. E também o grande diplomata. Não vejo glória maior que estabelecer embaixadas onde ninguém faz comércio, onde não há interesse no lucro. Só no Brasil.
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20.12.02
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quinta-feira, 19 de dezembro de 2002
Então, eu não posso me dar uma semana de namorico e folga que a trupe vem pedir para eu voltar a escrever? O que é isso? Estão querendo encher a minha bola! Tem até gente da caatinga me mandando e-mail, cobrando notícias. Tem gente do sulmaravilha que veio dizer que o meu blog era o mais inteligente de um oceano. Claro! Peixe não bloga! E a razão para isso é simples: eles não têm polegares opositores. Se tivessem, garanto que qualquer celacanto teria mais a dizer que eu.
Vai ver se eu tenho blog com nome em latim; vai ver se eu escrevo estrelismos por aí. Ou se sou um poeta, co-autor do meu próprio blog. Que nada. Isso não acontece por aqui. Sou só um cara que decide escrever esporadicamente. Só se der na telha. Ainda se tivesse coisa inteligente a dizer...
Então, turma, não desanimem. Sejam pacientes. Sempre que eu tiver uma dor de cabeça e disso surgir algo brilhante, eu escrevo!
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19.12.02
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Dica da semana: sua coluna será muito mais sua amiga se você não tirar a sesta no ônibus.
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sexta-feira, 13 de dezembro de 2002
Hoje foi dia de comprar presente de aniversário para a sogra. Comprei nada, já que fui proibido de sequer mandar um beijo de parabéns. Só fiz dar pitaco. Espero que os créditos sejam dados apenas na hipótese de ter sido um bom presente!
Quem não gosta de Ferreira Gullar?
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13.12.02
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Quanto ao último post, devo alguns comentários e explicações. Antes, o comentário: quero agradecer a todos pelos comments. Fazia tempo eu vinha me sentindo abandonado pelos meus leitores.
Explicações: não quis dizer que a crônica acabou. Não. Acho que ela está minguando das páginas. Acho que ela, lamentavelmente, vai acabar.
Mas tudo bem. Tudo passa, tudo acaba, tudo morre. Até o Orlando Villas-Boas. Vai deixar saudades. Se tiverem a oportunidade, encontrem algo dele para ler. Ele sabia escrever muito bem!
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Pedro Wolff
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13.12.02
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Crônica metalingüística
Dia desses, lá estou eu, sentado numa mesa do Bistrô do Paço, onde gosto de passar meus fins de tarde com a minha namorada, eis que surge Carol. A mesma que está "linkada" aí do lado. A mesma que é minha amiga há mais tempo do que contam os anos. Ela trabalha ali. Então, é comum nós três tomarmos um chocolate juntos. Poucas coisas são tão boas quanto dividir a mesa com duas mulheres. Ok, alguns dirão que dividir a cama, mas a minha namorada lê este blog e eu tenho que me comportar.
Bem, voltando ao tal dia, Carol me fala uma daquelas frases que só ela consegue elaborar: "tem gente que escreve como fala [e fez uma careta meio blasé]. Você é o oposto: fala como escreve. E eu gosto da maneira como você escreve". Não fosse este último complemento, eu estaria até agora tentando entender a frase. Ainda acho que ela me chamou de antiquado, mas vou tocando...
Ontem, eu estava conversando com uma amiga capixaba. Ela vai escrever um livro. É a Renata, que também está "linkada" aí na lateral. E vem me cobrar: "quando você vai publicar essas coisas que você bloga?" Ela gosta de ler crônicas e o meu blog é um reduto de crônicas. Eu gosto desse estilo. Rápido, dinâmico e desinteressado interessante de escrever. Acho que tem tudo a ver com a nova comunicação. Nada de longos romances. Curtas crônicas.
Essas conversas me levara a duas constatações. Em primeiro lugar, como as crônicas sumiram do mercado. Não se vê mais um relato curto do quotidiano como se via antigamente. Nas revistas, jornais, internet, o que se vê são comentários sobre a última arbitrariedade do governo Bush, o vexame internacional da América Latina, os extertores do governo FHC e as enrolações do de Lula. Nada mais daquele Amor por entre o Verde, do Vinícius de Moraes. Não se permite mais que alguém Escolha seu Sonho, como Cecília Meireles.
Os livros de crônicas encontrados nas prateleiras são bem aventuradas reedições do passado. O último grande cronista está comemorando 100 anos este ano e ganhou estátua na praia. Isso leva a uma segunda reflexão: será a crônica um estilo morto? Fadado à memória tacanha das aulas de Literatura Brasileira do segundo grau? Nada de errado nisso. É para isso que é um estilo. Eles vêm e vão. Como escrever sonetos virou coisa do passado. Por que razão morreria a crônica?
Acho que a resposta está no início desta crônica, aqui. É um estilo rápido, fácil, raso. Perfeitamente antenado com a contemporaneidade. Uma contemporaneidade rasa, fácil, rápida, quase sem estilo. Qualquer um que aprecie boa leitura prefere fugir da mesmície dos jornais. Todos viramos contestadores e rendemos loas aos longos romances. Aos mais curtos, mas densos contos.
Não importa. O importante é ler.
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13.12.02
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terça-feira, 10 de dezembro de 2002
Arte de amar
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus – ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
(Manuel Bandeira)
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10.12.02
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Hoje, eu aprendi uma expressão nova: silêncio mental. Vou usar e abusar dela!
Mas pago royalties. Obrigado, Carol!!!
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10.12.02
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segunda-feira, 9 de dezembro de 2002
Uma das minhas favoritas de John Lennon.
Mind Games
We're playing those mind games together,
pushing the barriers, planting seeds.
Playing the mind guerrila
chanting the mantra, peace on earth.
We all been playing those mind games forever,
some kinda druid dudes, lifting the veil.
Doing the mind guerilla,
some call it magic, the search for the grail.
Love is the answer, and you know that's for sure.
Love is a flower, you gotta let it you gotta let it grow.
So keep on playing those mind games together,
faith in the future outta the now.
You just can't beat all those mind guerilla,
absolute elsewhere in the stones of your mind.
Yeah, we're playing those mind games forever,
projecting our images in space and in time.
Yes is the answer and you know that's for sure.
Yes is surrender you gotta let it you gotta let it go.
So keep on playing those mind games together,
doing the ritual dance in the sun.
Millions of mind guerillas,
putting their soul power to the Karmic wheel.
Keep on playing those mind games forever,
raising the spirits of peace and love.
Love.
I want you to make love, not war,
I know you've heard it before....
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Pedro Wolff
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9.12.02
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Mais ou menos 2.006 anos atrás, Deus olhou para baixo, viu sua gente. Viu que as coisas não iam bem e pensou em terminar com tudo por aqui. Antes disso, Ele resolveu dar uma chance e enviou seu filho. Sua missão? Salvar a Humanidade do pecado e do mal. Até que deu em alguma coisa. Ajudou um pouco.
Só que não foi definitivo. Lá pelas tantas, nós estragamos tudo de novo. Mandamos tudo pelos ares e voltamos a cobiçar a mulher do próximo e xingar os nossos pais. Deus, então, coçou o queixo coberto pela barba branca e decidiu enviar mais alguém. Outra pessoa que pudesse nos lembrar de que a paz é a meta e que somos todos irmãos.
Ele mandou um inglesinho nascer em 1940 e rebolar a bunda tocando rock. E veio John Lennon.
Há exatos 22 anos, Mark Chapman baleou o cantor 5 vezes, em frente ao edifício onde ele morava. Eu comemoro algo um tanto diferente, nessa data. Foi quando eu virei fã dele e dos Beatles. Lembro que, quando soubemos da morte dele, minha mãe traduziu Imagine e algumas letras de músicas dos Beatles e eu vi que eram bárbaras. E comecei a gostar.
Então, que descanse em paz. Ele merece.
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Pedro Wolff
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9.12.02
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domingo, 8 de dezembro de 2002
Ontem, lá vou eu para a festa na casa de um amigo meu. Ficamos na varanda, vendo os carros e a movimentação lá embaixo. Não sei como a antiga Psicose (atual Virtual Game Dance) ainda enche. Tijucano não tem parâmetro, mesmo.
Pois bem, lá estamos eu, meu amigo e a namorada dele olhando mudos lá para baixo. Eis que surge e pára no sinal uma Land Rover verde escuro, com teto solar, quatro portas modelo Defender, com placas de aço mais grossas. Linda! Ficamos eu e meu amigo babando.
É quando tem lugar o seguinte diálogo:
- Vocês podiam, ao menos disfarçar, né? - reclama a namorada do meu amigo.
- Mas é linda - eu respondo.
- É mesmo - ele arremata.
- Só porque ela é loira - ela reclama de novo.
Aí, nós não entendemos. Como um carro pode ser loiro. Naquele pequeno espaço de tempo, em que a gente vai tentando entender o que se passa, nós vimos uma menina muito gatinha encostada num carro perto do jipe. Que vergonha. Ficamos olhando o carro e esquecemos da menina... E ela era bonita, mesmo.
Homens!
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Pedro Wolff
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8.12.02
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Surrealismos suburbanos
Tem coisas que só acontecem na roça. Outras, só acontecem no subúrbio. Nunca vi disso. Esta noite, o carro da minha vizinha foi assaltado. Levaram o vidro da frente. Nada mais.
Vai entender...
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Pedro Wolff
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8.12.02
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Pobreza é uma tristeza.
Domingo, lá vou eu, de manhã e de sandália fazer as compras no Extra. Volto, mãe preparando o almoço e eu preparo uma caipirinha. Abri a caixa de CDs e fui buscar um que combinasse. Perfeito: um duplo do Paulinho da Viola.
Se o dia continuar assim, mais tarde vou à praia de Ramos...
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Pedro Wolff
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8.12.02
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