sexta-feira, 13 de dezembro de 2002

Hoje foi dia de comprar presente de aniversário para a sogra. Comprei nada, já que fui proibido de sequer mandar um beijo de parabéns. Só fiz dar pitaco. Espero que os créditos sejam dados apenas na hipótese de ter sido um bom presente!

Quem não gosta de Ferreira Gullar?

Quanto ao último post, devo alguns comentários e explicações. Antes, o comentário: quero agradecer a todos pelos comments. Fazia tempo eu vinha me sentindo abandonado pelos meus leitores.

Explicações: não quis dizer que a crônica acabou. Não. Acho que ela está minguando das páginas. Acho que ela, lamentavelmente, vai acabar.

Mas tudo bem. Tudo passa, tudo acaba, tudo morre. Até o Orlando Villas-Boas. Vai deixar saudades. Se tiverem a oportunidade, encontrem algo dele para ler. Ele sabia escrever muito bem!

Crônica metalingüística

Dia desses, lá estou eu, sentado numa mesa do Bistrô do Paço, onde gosto de passar meus fins de tarde com a minha namorada, eis que surge Carol. A mesma que está "linkada" aí do lado. A mesma que é minha amiga há mais tempo do que contam os anos. Ela trabalha ali. Então, é comum nós três tomarmos um chocolate juntos. Poucas coisas são tão boas quanto dividir a mesa com duas mulheres. Ok, alguns dirão que dividir a cama, mas a minha namorada lê este blog e eu tenho que me comportar.

Bem, voltando ao tal dia, Carol me fala uma daquelas frases que só ela consegue elaborar: "tem gente que escreve como fala [e fez uma careta meio blasé]. Você é o oposto: fala como escreve. E eu gosto da maneira como você escreve". Não fosse este último complemento, eu estaria até agora tentando entender a frase. Ainda acho que ela me chamou de antiquado, mas vou tocando...

Ontem, eu estava conversando com uma amiga capixaba. Ela vai escrever um livro. É a Renata, que também está "linkada" aí na lateral. E vem me cobrar: "quando você vai publicar essas coisas que você bloga?" Ela gosta de ler crônicas e o meu blog é um reduto de crônicas. Eu gosto desse estilo. Rápido, dinâmico e desinteressado interessante de escrever. Acho que tem tudo a ver com a nova comunicação. Nada de longos romances. Curtas crônicas.

Essas conversas me levara a duas constatações. Em primeiro lugar, como as crônicas sumiram do mercado. Não se vê mais um relato curto do quotidiano como se via antigamente. Nas revistas, jornais, internet, o que se vê são comentários sobre a última arbitrariedade do governo Bush, o vexame internacional da América Latina, os extertores do governo FHC e as enrolações do de Lula. Nada mais daquele Amor por entre o Verde, do Vinícius de Moraes. Não se permite mais que alguém Escolha seu Sonho, como Cecília Meireles.

Os livros de crônicas encontrados nas prateleiras são bem aventuradas reedições do passado. O último grande cronista está comemorando 100 anos este ano e ganhou estátua na praia. Isso leva a uma segunda reflexão: será a crônica um estilo morto? Fadado à memória tacanha das aulas de Literatura Brasileira do segundo grau? Nada de errado nisso. É para isso que é um estilo. Eles vêm e vão. Como escrever sonetos virou coisa do passado. Por que razão morreria a crônica?

Acho que a resposta está no início desta crônica, aqui. É um estilo rápido, fácil, raso. Perfeitamente antenado com a contemporaneidade. Uma contemporaneidade rasa, fácil, rápida, quase sem estilo. Qualquer um que aprecie boa leitura prefere fugir da mesmície dos jornais. Todos viramos contestadores e rendemos loas aos longos romances. Aos mais curtos, mas densos contos.

Não importa. O importante é ler.

terça-feira, 10 de dezembro de 2002

Arte de amar
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus – ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
(Manuel Bandeira)


Friozim bom prum início de verão, né não?

Hoje, eu aprendi uma expressão nova: silêncio mental. Vou usar e abusar dela!

Mas pago royalties. Obrigado, Carol!!!

segunda-feira, 9 de dezembro de 2002

Uma das minhas favoritas de John Lennon.

Mind Games

We're playing those mind games together,
pushing the barriers, planting seeds.
Playing the mind guerrila
chanting the mantra, peace on earth.
We all been playing those mind games forever,
some kinda druid dudes, lifting the veil.
Doing the mind guerilla,
some call it magic, the search for the grail.

Love is the answer, and you know that's for sure.
Love is a flower, you gotta let it you gotta let it grow.

So keep on playing those mind games together,
faith in the future outta the now.
You just can't beat all those mind guerilla,
absolute elsewhere in the stones of your mind.
Yeah, we're playing those mind games forever,
projecting our images in space and in time.

Yes is the answer and you know that's for sure.
Yes is surrender you gotta let it you gotta let it go.

So keep on playing those mind games together,
doing the ritual dance in the sun.
Millions of mind guerillas,
putting their soul power to the Karmic wheel.
Keep on playing those mind games forever,
raising the spirits of peace and love.

Love.
I want you to make love, not war,
I know you've heard it before....

Mais ou menos 2.006 anos atrás, Deus olhou para baixo, viu sua gente. Viu que as coisas não iam bem e pensou em terminar com tudo por aqui. Antes disso, Ele resolveu dar uma chance e enviou seu filho. Sua missão? Salvar a Humanidade do pecado e do mal. Até que deu em alguma coisa. Ajudou um pouco.

Só que não foi definitivo. Lá pelas tantas, nós estragamos tudo de novo. Mandamos tudo pelos ares e voltamos a cobiçar a mulher do próximo e xingar os nossos pais. Deus, então, coçou o queixo coberto pela barba branca e decidiu enviar mais alguém. Outra pessoa que pudesse nos lembrar de que a paz é a meta e que somos todos irmãos.

Ele mandou um inglesinho nascer em 1940 e rebolar a bunda tocando rock. E veio John Lennon.

Há exatos 22 anos, Mark Chapman baleou o cantor 5 vezes, em frente ao edifício onde ele morava. Eu comemoro algo um tanto diferente, nessa data. Foi quando eu virei fã dele e dos Beatles. Lembro que, quando soubemos da morte dele, minha mãe traduziu Imagine e algumas letras de músicas dos Beatles e eu vi que eram bárbaras. E comecei a gostar.

Então, que descanse em paz. Ele merece.

domingo, 8 de dezembro de 2002

Ontem, lá vou eu para a festa na casa de um amigo meu. Ficamos na varanda, vendo os carros e a movimentação lá embaixo. Não sei como a antiga Psicose (atual Virtual Game Dance) ainda enche. Tijucano não tem parâmetro, mesmo.

Pois bem, lá estamos eu, meu amigo e a namorada dele olhando mudos lá para baixo. Eis que surge e pára no sinal uma Land Rover verde escuro, com teto solar, quatro portas modelo Defender, com placas de aço mais grossas. Linda! Ficamos eu e meu amigo babando.

É quando tem lugar o seguinte diálogo:

- Vocês podiam, ao menos disfarçar, né? - reclama a namorada do meu amigo.
- Mas é linda - eu respondo.
- É mesmo - ele arremata.
- Só porque ela é loira - ela reclama de novo.

Aí, nós não entendemos. Como um carro pode ser loiro. Naquele pequeno espaço de tempo, em que a gente vai tentando entender o que se passa, nós vimos uma menina muito gatinha encostada num carro perto do jipe. Que vergonha. Ficamos olhando o carro e esquecemos da menina... E ela era bonita, mesmo.

Homens!

Surrealismos suburbanos

Tem coisas que só acontecem na roça. Outras, só acontecem no subúrbio. Nunca vi disso. Esta noite, o carro da minha vizinha foi assaltado. Levaram o vidro da frente. Nada mais.

Vai entender...

Pobreza é uma tristeza.

Domingo, lá vou eu, de manhã e de sandália fazer as compras no Extra. Volto, mãe preparando o almoço e eu preparo uma caipirinha. Abri a caixa de CDs e fui buscar um que combinasse. Perfeito: um duplo do Paulinho da Viola.

Se o dia continuar assim, mais tarde vou à praia de Ramos...

Pobreza é uma tristeza.

Domingo, lá vou eu, de manhã e de sandália fazer as compras no Extra. Volto, mãe preparando o almoço e eu preparo uma caipirinha. Abri a caixa de CDs e fui buscar um que combinasse. Perfeito: um duplo do Paulinho da Viola.

Se o dia continuar assim, mais tarde vou à praia de Ramos...