quarta-feira, 7 de janeiro de 2004

Está aberta a temporada de escolha de uma nova citação. Quem tiver sugestões, envie. Não serão aceitas as citações com acentos gráficos. A razão é simples: eu não sei usá-los no template. Aliás, se alguém souber, também pode informar.

Como a maioria de vocês já deve saber, o reveillon foi na Ilha Grande, meu refúgio. O lugar, como vocês já devem saber, é mágico. Se não conhecem, deveriam. Sempre tem gente interessante e os campings ficam repletos de harmonia.

Acho que conheci uma figura mitológica por lá: um homem apaixonado. Deve ser o último de uma raça inteira. Era triste como uma fotografia em preto e branco e a voz, que saia debaixo de uma barba grisalha, parecia ecoar no fundo da cabeça, sem passar pelos ouvidos. Faz tempo não vejo ninguém assim. Só devem existir em São Paulo.

Ele se apaixonou pela dona do camping. Que idéia! Todo mundo sabe que não se tenta nada com a dona da festa. Ela está sempre ocupada demais. Assim, os “demônios da solidão” acharam um bom lugar para estacionar.

A chuva, sempre benvinda, acabou atrapalhando um pouco. É mais difícil manter os pés e a barraca limpos quando chove. Ainda assim, ficar lá dentro, ouvindo as gotas tamborilando no teto e sentindo o friozinho que faz é uma delícia. É a oportunidade que se tem de sentir o mundo girando. E como gira!

Os dias passam devagar e rápido, ao mesmo tempo. O tempo leva o tempo que precisa levar e isso é incrível. Já ouvi dizer que Deus dá o frio de acordo com o cobertor e parece verdade. Lá eu aprendi isso.

Na volta, essa fumaça concreta nubla a minha visão.

O bangalô fica na nossa cabeça.