quinta-feira, 10 de abril de 2003

Eu nunca entendi o Popeye. Hoje, tava pensando nisso. Vejam bem: dois marinheiros vivem se supapando por uma mulher solteira, incapaz de se decidir entre os dois. Para ganhar força contra o Brutus, Popeye recorre ao espinafre enlatado. Americano nunca gostou de salada.

Isso tudo acontece na década de 50. Hollywood não costuma dar ponto sem nó. Que estranhos valores esses desenhos nos transmitiam!

Sendo autorizado...

Eu adoro mergulhar. Adoro estar com a cabeça embaixo d'água, vendo o movimento que acontece. É lindo ver quanta vida se passa colada a uma rocha, como o Arpoador. Mas o que mais gosto, quando mergulho, é o silêncio. Toda a vida, todas aquelas cores, todo o movimento, tudo acontece em silêncio.

Eu sou músico. Deveria gostar de sons. Mas adoro o silêncio. Existe uma intensidade e mesmo uma musicalidade quando não se ouve nada. Ele vem como um véu que cobre a cabeça e protege os pensamentos, para que fluam à vontade lá dentro. É uma ótima maneira de vermos o que temos pensado realmente.

O silêncio é o conforto de que os ouvidos precisam quando o dia chega ao fim e o coração quer bater mais devagar. É a trilha sonora ideal para o pôr-do-sol. A grande companhia para um bom livro. A condição sine qua non para um dia de chuva.

Acho lindo ver que, quando os céus se fecham, o ruído diminui. As pessoas parecem passar umas pelas outras tomando cuidado para não fazer barulho com os sapatos. Os carros não buzinam. As aves não cantam. O dia se passa em silêncio e cinza e branco. Dá ao Rio um ar de civilidade que não é comum.

O silêncio é o convite a um café no Paço Imperial. É o pedido para uma conversa. É a melhor trilha sonora para um beijo.

Escrevi essas linhas em silêncio, depois de um dia de muitos ruídos. Ele me veio como um bálsamo, uma bênção. E a minha mente pôde estar em paz. Em resumo, acho que só o silêncio é melhor que um dia de chuva. E se vierem juntos, maravilha! Parece sexo com sorvete.

PS: obrigado, Carol.

quarta-feira, 9 de abril de 2003

ALGUÉM SE INCOMODA DE COMENTAR ESTE BLOG?!?!?!?!?!

Tele-vizinhos

Ao som dramático da trilha sonora de A Casa das Sete Mulheres, ouço a voz da vizinha do quarto andar entrar pela minha janela: "a série mais bonita que eu já vi".

Por essas e outras é que eu não gasto a minha energia elétrica vendo tevê!

terça-feira, 8 de abril de 2003

Eu nunca soube exatamente por que escrevia este blog. Descobri ontem. Renata, linkada aí do lado e Espanhol, o Augusto já citado (e espero que tome vergonha na cara e crie um blog próprio) se conheceram por aqui.

Ele entrou no meu blog (calma, calma, estamos falando apenas de internet), clicou no link da Renata e trocou umas idéias com ela. Pelo visto, deu certo. Que bom!

Fico feliz por vocês. Só podiam ter tido a dignidade de me contar, né? Eu não precisava ficar sabendo pelo Maurício.

Tem dias, como hoje, que ficam suspensos. Nada parece ter acontecido de verdade. Nada parece ter se passado. Ao mesmo tempo, esses dias parecem levar anos para se encerrar. Quando se encerram, levam consigo um ar de alívio, frio e insípido, ao mesmo tempo.

São dias em que a gente vê que, muitas vezes, a parte mais fácil de uma decisão é tomá-la. Muitas vezes, executar aquilo que está decidido é o passo mais largo. Tem dias em que se aprende esse tipo de coisa.

Hoje foi um deles. O cinza do céu parecia chumbo nos meus ombros. Ainda assim, o dia passou com a certeza do dever cumprido. E eu aprendi que é esse o importante. Deve-se fazer o que deve ser feito. Não devemos nos vangloriar da conquista, nem chorar a derrota. Apenas faça o que você tem que fazer.

A madrugada e o dia seguinte estão prometendo chuva. Tomara. Vou precisar lavar os meus pensamentos, um pouco.

segunda-feira, 7 de abril de 2003

Não percam o Rio Boat Show, na Marina da Glória. Está de morrer! Só lá você pode comprar um veleiro de US$ 300 mil.

Acabei de ler no blog da Carol que ela quer escrever sobre o silêncio. Roubou a minha idéia. Eu ia começar esse tema agora.

Bom, fica para ela. Ela sempre escreve melhor que eu, mesmo... Mas o tema é bom.

A fonte é segura. Os USA realmente passaram uma lei no Congresso e as fritas francesas se tornaram fritas da liberdade. Já que o mundo anda boicotando os irmãos do norte, os irmãos do norte resolveram boicotar a França. Acho que é justo. Afinal, batata frita é um prato muito típico na França. O tradicional steak aux frites já até foi o último desejo de um oficial francês preso na Indochina. É natural que os EstadoZunidos declarem sua independência culinária. Nada mais natural.

Só fiquei intrigado com uma coisa: o beijo francês também passa a ser beijo da liberdade? Se for... Ai, se for!

Tem tempo que eu não dou as caras por aqui. Explico: tenho trabalhado do outro lado da cidade. Com isso, tenho dormido na Estela (na casa dela, seus depravados!) e não entro na internet por lá. Acho que é por timidez. O fato é que eu não entro. Com isso, não consigo postar e desapareço, gerando essa lista de leitores insatisfeitos.

Bom, para os de fora do Rio, aqui está chovendo. Eu, claro, já fui tomar um pouco de chuva. Que delícia. É a melhor forma de encerrar um fim de semana. Um banho para limpar para a próxima semana. Recomendo a todos.