quinta-feira, 3 de fevereiro de 2005

Americano é um povo muito estranho. Penso em colocar uma longa cerca ao longo do Rio Grande, outra lá pelos Grandes Lagos. Cercar o lugar todo e criar um baita zoológico. Um mega parque temático, cheio de gente vestida de americano. É uma idéia...

segunda-feira, 31 de janeiro de 2005

Violência e solidariedade metropolitanas

Acabo de testemunhar uma cena de uma barbaridade repugnante. Voltando para casa, eu cheguei a ver os ânimos se exaltando de dois jovens, do outro lado da rua. Uma discussão de trânsito, ao lado do carro de um deles. De repente, um deles espancou o outro até que caísse inconsciente no chão. Correu de volta para o carro e fugiu. Felizmente, um dos transeuntes conseguiu anotar a placa do carro.

Não fui o único a correr em auxílio ao que ficou. Estava desacordado e levou alguns minutos para se recuperar. Sentou, tentou se lembrar do que ocorrera. Desnecessário dizer que não lembrou. Contamos tudo a ele. Aos poucos, foi reconquistando o raciocínio e as forças. Tinha pressa de ir para casa e o acompanhei.

Ele ficou com um hematoma no maxilar. A despeito da minha insistência, não quis um médico. Caminhei ao lado dele, dizendo que a casa dele era perto da minha. Na verdade, era um pequeno desvio, mas ele estava tão aturdido que nem se lembrou de tentar comprovar a informação. Eu aproveitei para ver como estava reagindo, caminhando e tudo mais.

Puxei assunto. Perguntei o que fazia, qual o nome dele, o nome da esposa... Vi que estava cambaleante, mas nada de alarmante.

Jorge, chamava-se. Quando chegamos na esquina de casa, ele parou súbito. Perguntou porque eu estava sendo tão gentil. Eu vim com a minha conversa de sempre: "somos todos iguais. Isso acontece numa cidade grande e violenta, como a nossa". É verdade. Temos que nos ajudar. Existem os covardes e existimos nós.

Depois, ele perguntou o que poderia fazer para me recompensar. Ora! coisas desse tipo não são recompensáveis. Nunca pensei nisso. Desconversei. Bobagem, deixa disso, volta pra casa. Mas, Jorge, tem uma coisa, sim. Há uma forma de me recompensar. De recompensar todo mundo e de prevenir que o que lhe aconteceu se repita: nunca deixe de acreditar na humanidade.