sexta-feira, 11 de outubro de 2002

Um pouco de Frank Sinatra pra vocês

Something Stupid

Written by: C. Carson Parks
With Nancy Sinatra
Arranged by: Billy Strange
From the Album: The Reprise Collection (Disc 3)
Label: Reprise Records
Recorded: February 1, 1967

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I know I stand in line until you think you have the time
To spend an evening with me
And if we go someplace to dance, I know that there's a chance
You won't be leaving with me
And afterwards we drop into a quiet little place and have a drink or two
And then I go and spoil it all by saying something stupid like "I love you"

I can see it in your eyes
That you despise the same old lies you heard the night before
And though it's just a line to you, for me it's true
And never seemed so right before

I practice every day to find some clever lines to say
To make the meaning come through
But then I think I'll wait until the evening gets late and I'm alone with you
The time is right, your perfume fills my head, the stars get red and, oh, the night's so blue
And then I go and spoil it all by saying something stupid like "I love you"

The time is right, your perfume fills my head, the stars get red and, oh, the night's so blue
And then I go and spoil it all by sayin' something stupid like "I love you"

I love you

quinta-feira, 10 de outubro de 2002

Cena II

Eu passei batido pela cena do Largo da Carioca. Francamente, não queria levar pedrada nas idéias. Já sou louco suficiente sem elas. Entrei no ônibus. Um engarrafamento louco, claro. Não demorou, uma sirene escandalosa começou a tocar atrás do ônibus. Naquele tumulto, os carros tentavam dar passagem. Quando o carro da Guarda Municipal passou, vinha seguido por uns caras a pé, jogando pedras no carro. Da janela, o carona tentava se proteger atrás de um colete a prova de balas.

Será que chegou a revolução armada? Será que o povo vai, finalmente, tomar o poder? Poder para o povo! A libertação, afinal. A queda do Estado, a mudança do Direito. Estabelecimento de uma nova ordem. A justiça social. Será?!

Ai, eu sonho, né?

Cena I

Estou passando pelo Largo da Carioca, Centro da Cidade, quando um grupo de policiais e guardas municipais tenta coibir o comércio ambulante. Cena clássica. Os camelôs reagem a pedradas, os policiais reagem às pedradas com cacetadas... Dali a pouco vai um tiro pro alto. Enfim, essas coisas que a vida urbana nos faz ver toda semana. O impressionante não é isso.

O impressionante é que havia um grupo de transeuntes. Para quem conhece a cidade, o grupo de transeuntes no Largo da Carioca nunca é pequeno. Talvez umas 300 pessoas. Esse grupo decidiu parar e assistir. Minha pergunta clássica: tem cabimento? Assistir o que? Alguém ia tomar partido? Só se quisesse tomar pedradas ou cacetadas também, né? Alguém ia prestar primeiros socorros? Quem sabe...? Mas, sendo sincero, acho que a resposta é mais rasa: fuxico. Mera fofoca.

Agora vem: fofocar o que? Tem algo ali que nós nunca tenhamos visto? Algo de novo? E se for, é o tipo de espetáculo que vale o risco assistir? Gente é uma raça muito estranha. Não fazem o menor sentido. Eu não entendo determinados tipos de curiosidade. Não entendo para quem as pessoas estavam torcendo naquela praça. Pela polícia? Então por que vibravam a cada pedrada? Pelos camelôs? Então, por que não reagiam contra a polícia? 300 pessoas contra a pequena dúzia de fardas não seria difícil de conseguir vitória. Era mero voyeurismo.

Será que alguém goza pensando nisso? Vai saber! Os prazeres individuais são meio loucos, mesmo. Todo mundo tem fetiche, né? Vai saber se o prazer daquela peãozada não é ver a autoridade caída, uma vez na vida. De repente, assim eles podem se sentir de volta por cima. Podem ter seus quinze minutos de glória, se não de fama. De repente é isso. É a satisfação solidária e coletiva.

Mas isso ainda é pouco. Voltando ao papo do voyeurismo, é meio como gozar com o membro viril alheio. É assistir à pancadaria de cadeirinha, torcer, quem sabe aplaudir, talvez ver seu time vencer, e, ainda assim, escapar sem nenhum arranhão. É a teoria do Maracanã. Você grita pelo seu time, se vencer, vc ganha (sabe Deus o que). Eles se elamearam, mas você ganhou, sem uma gota de suor. No máximo, o azar de um copo de mijo jogado da arquibancada.

quarta-feira, 9 de outubro de 2002

Tô enlouquecido de dor de cabeça. Desde ontem.

Vou dormir cedo. Não tenho saco p/ nada.

A-há! A Estela é o máximo. Ela me mostrou um site (professorblog.blogger.com.br) onde eu aprendi a inserir comentários. É esse maldito "O que você acha?", aí em baixo. Façam o favor de usar! Mesmo que não tenham nada pra dizer, deixem qualquer coisa, só porque deu um trampo dos infernos botar isso aí!

Agora, sim, eu tô ficando com um blog decente. Ainda não me decidi sobre o contador. Mas acho que não vai rolar. Seria muito frustrante! Daqui a pouco, chegarão as imagens. Depois, os links. Até que um dia, no fim, o mundo será meu!!

Ou não?

terça-feira, 8 de outubro de 2002

Gente! Talvez eu crie um site até o final da semana. Eu deixo vcs por dentro.

Ok. Eu sou um cara ponderado. Mas existe razão para esse calor todo?!

domingo, 6 de outubro de 2002

Vejamos. São filas intermináveis nas seções eleitorais. Um dia azul e quente lindo, com um ventinho soprando Leste (ótimo dia para içar velas). Todos os olhos do mundo acompanhando as eleições no Brasil. Alguns gringos, até, vieram checar todo o processo. Os grandes irmãos do Norte, por exemplo, vieram aprender alguma coisa. A revista inglesa The Economist, all of a sudden, decidiu falar bem do Lula. O espanhol El Pais anuncia que a economia global espera o resultado das eleições em terras tupiniquins. Tá bem, eles não usaram o termo "tupiniquim".

Que coisa! O Brasil parece ter voltado a ficar importante. Mais ainda, de repente, o Lula virou importante. O superchique Mr. da Silva, como é tratado em terras estrangeiras, deve estar se achando o máximo. Torneiro mecânico, nascido nos confins do Nordeste brasileiro, sem um dedo, o caboclo está chamando mais atenção que moça de shortinho na Av. Rio Branco. O periódico espanhol decidiu destronar o Allan Greenspan. A revista inglesa diz que, se ele for eleito, a democracia no Brasil terá demonstrado grandes sinais de solidez. Gente, será que o real vai voltar a valer alguma coisa?!

Gringo é uma raça muito engraçada. Não vou ofender, porque sei que tem muito gringo amigo meu lendo esse blog. Mas eles são engraçados. Não entendem nada disso aqui. Outro dia, no Globo tinha um alemão se divertindo com a animação brasileira nos showmícios (prendam o sujeito que inventou essa palavra!!!). Outros, especulam se o Brasil vai continuar democrático, com um governo de esquerda. Outros, ainda, temem que Lula venha a apoiar Mr. Castro (que a gente, aqui, chama de Fidel), num ataque terrorista aos EUA. Tem cabimento?!

Mas o mais engraçado é tratar o sujeito de Mr. da Silva. Eles acham chique o "da". Acham que é coisa de nobre, feito "Duque da Normandina". Vai entender. Deve ser um contrasenso, na cabeça dos franceses, por exemplo. Devem pensar como pode o sujeito se dizer proletário, se tem sobrenome "da" algum lugar? Qualquer dia, os caras aportam aqui, para prender o infeliz por propaganda enganosa. Será? Se ele for presidente, tudo pode acontecer! Essa gringalhada não vai mais entender nada do que se passa no Brasil. Falando em franceses, eles vão citar o De Gaulle (repararam? "De"): "o Brasil não é um país para ser levado a sério".

Bom, e o que isso tudo tem a ver com as filas do início desse texto? Quantos Silva tavam na fila da urna eletrônica? Quantas outras pessoas saíram das urnas para velejar seus J-24? Será que eles falaram sobre isso, quando se encontraram na mesma fila? Vai saber!