sexta-feira, 23 de maio de 2003

Pelo visto, falar mal de argentino dá IBOPE!

O Freak anda freaking out...

Falando em Argentina, eu desenvolvi uma teoria faz muito tempo sobre a personalidade dos argentinos através da música. Devem ser todos frustrados. Vejam bem: a música típica de lá é o tango.

O Tango:

País de origem: Brasil (e não Espanha, como alguma besta falou na semana passada)
Cantor mais popular: Carlos Gardel
Origem do cantor mais popular: França (e não Uruguai, como disse a mesma besta)
Tango mais conhecido: La Cumparsita
Origem do tango mais conhecido: Uruguai

Em outras palavras, ou os argentinos são frustrados, ou vivem tentano surrupiar criações de outros países e dizer que foram eles quem criaram. Isso deve vir da origem deles: um bando de italianos que falam mal o espanhol e acham que são ingleses.

Pronto. Cansei de bater.

Ao que tudo indica, Kirchner, o presidente eleito por W.O. da Argentina, convidou para sua cerimônia de posse apenas os governantes de esquerda do continente americano. A medida incomodou profundamente os Estados Unidos, que não enviarão nenhuma autoridade do alto escalão ao evento.

Por pouco eu não simpatizo com os argentinos, dessa vez!

quinta-feira, 22 de maio de 2003

A quem será que eu sugiro uma reestruturação num jardim da cidade? O que acontece é o seguinte: bem em frente ao meu escritório, tem um jardim que é até bonito, mas mal aproveitado. Quer dizer, ele é bem aproveitado, mas por pessoas de má reputação. Daqui da janela, vejo garotos cheirando cola, camelôs escondendo mercadorias, moradores de rua transando... Enfim, uma degradação por entre o verde.

O chato é que quem quer que tenha feito a paisagística do lugar escolheu muito bem as plantas. Tem diversos arbustos, várias cores diferentes, tudo combinando. O que prejudica é uma cerquinha em volta do jardim. Ela impede que outras pessoas o atravessem. Minha idéia não é tão absurda. É só tirar essa cerquinha e criar uns caminhos de pedra. Assim, as pessoas vão poder andar livremente por ali. Isso deve, no mínimo, intimidar os mal-encarados que se escondem naquele lugar.

A princípio, pode ser que as pessoas tenham medo de passar por ali. Mas a retirada da cerca vai facilitar o policiamento e isso vai garantir segurança. Depois, com o hábito, o espaço vai acabar sendo reintegrado à cidade. Ia ser ótimo ver aquele lindo jardim sendo usado para encurtar o caminho das pessoas que vivem com pressa, ao invés de servir de dormitório para delinqüentes.

As coisas que a gente pensa quando está doente...

Cá estou eu, trampando e doente. Pelo menos, não tem nada para fazer. Estou aqui, esparramado em uma cadeira, enviando e recebendo e-mails.

Por sorte o escritório está vazio!

quarta-feira, 21 de maio de 2003

Tô pensando em comprar os óculos do Matrix. 27 lascas, num site e frete grátis.

Santa Inutilidade, Batman!
Cá estou, no meu trabalho. Não há nada a fazer. E blogar tem que ser escondido. Isso é um inferno. Tem um bom bocado de coisas que eu poderia estar dizendo.

Deixa pra lá.

Um breve esclarecimento: a explicação da página, lá em cima da janela deste blog é uma oposição à Matrix. Quem assistiu deve lembrar da frase: "there is no spoon", murmurada por aquele molequinho careca com cara de hare-krishna. Pois bem, eu digo que existem 10.000 colheres. Não entendeu? Tudo bem. Eu ando precisando aumentar o número de consultas semanais na minha terapia, mesmo...

terça-feira, 13 de maio de 2003

Sobrevivi ao budismo fuleiro cyber punk de Matrix. Francamente, esperava mais, já que tem tamanha legião de fãs. Tenho que admitir, apenas, que gostei da trilha sonora. Muito boa.

Quintino, seu furbo gordo, quando você devolve o CD da minha namorada? Também quero roubar!

Exercício de ficção

Recebi isso por e-mail. Sei que muitos já devem ter lido. Ainda assim, é interessante. Vejam bem:

Na Semana de Arte Moderna de 1922, os artistas modernistas eram vistos pela burguesia conservadora como verdadeiras idiotas. Hoje em dia são figurinhas certas em qualquer prova de literatura que se preza. Imaginem a prova de literatura do vestibular de 2.100,
que nossos netos provavelmente encontrarão:

"VESTIBULAR UNICAMP 2.100 - PROVA DE LITERATURA BRASILEIRA"


1. Leia o trecho do poema abaixo e responda as questões:

" O JUMENTO E O CAVALINHO ELES NUNCA ANDAM SÓ
QUANDO SAI PRA PASSEAR LEVAM A ÉGUA POCOTÓ
POCOTÓ, POCOTÓ, POCOTÓ, POCOTÓ
VAI LACRAIA
POCOTÓ, POCOTÓ, POCOTÓ, POCOTÓ "
(Eguinha Pocotó, Mc Serginho, 2003)

a) A forma adotada pelo autor do texto leva o leitor a uma reflexão crítica a cerca de alguns elementos do estilo literário da época, ao mesmo tempo em que insere temáticas dotadas de valor universal. Assinale a passagem em que o autor expressa com maior intensidade este dualismo. Identifique a figura de linguagem adotada.

b) Ao idealizar em um mesmo patamar, personagens que até o momento só haviam sido tratados com a devida separação de
classes, coloca o autor o "jumento e o cavalinho" como uma paródia da realidade social do país na época. O brilhantismo desta visão crítica é destacado por expressões que para um leitor menos atento podem parecer erros gramaticais, mas que na verdade geraram uma nova aplicabilidade da língua portuguesa. Identifique estes trechos e as inovações gramaticais por eles introduzidos.

c) Eleita como acompanhante nos passeios dos dois protagonistas, a Égua Pocotó rompe a solidão até então predominante no
panorama urbano estabelecido. Mais do que um triângulo amoroso convencional, o autor atribui aos personagens um status que transcende a natureza metafísica convencional. Emerge então o caráter feminino, no auge de sua auto-afirmação como contraponto ao pansexualismo. Descreva o papel da Égua Pocotó como elemento de instabilidade no equilíbrio social do início do século XXI.

d) O texto de Mc Serginho, precursor do movimento literário-cultural denominado "pocotoismo", propõe uma nova métrica e abordagem ao texto poético. Alguns críticos da época chegaram a compará-lo à "pedra no caminho" de Drumont, um poeta de menor importância no século XX, injustiça revertida mais tarde com a identificação da sua efetiva quebra de paradigma literário. Compare o estilo da obra de Mc Serginho com os autores clássicos do século XX e justifique a relevância de sua obra.

domingo, 11 de maio de 2003

Vou tentar ver Matrix de novo, hoje. Será que consigo? Aguardem novidades ainda hoje. Ou amanhã, se eu dormir!

quinta-feira, 8 de maio de 2003

Vou empreender uma nova campanha. Prometo me esforçar e não dormir na próxima vez que tentar assistir Matrix. Vai ser a quarta tentativa.

Quem sabe, faz. Ou, nas palavras de Olavo Bilac:

Delírio

Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
– Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!

Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.

Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
– Mais abaixo, meu bem! – num frenesi.

No seu ventre pousei a minha boca,
– Mais abaixo, meu bem! – disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci....

terça-feira, 6 de maio de 2003

Acabo de fazer um daqueles testes que são populares nos blogs da vida. Peguei no da Carol. Descobri que, se eu fosse um drink, seria um rusty nail. Eis a explicação: A smooth, short blend of scotch whiskey and drambuie. You're seriously cool and you love guitars, cars and the bluuuuuees, man!!

Esses quizzes são tão apurados quanto a previsão do tempo.

Levou tempo para processar. Eu devo ser complicado, mesmo!

Um breve retorno

Volto a escrever uma crônica, como alguém que volta para casa, depois de viajar. Hoje choveu muito. A perspectiva é de que continue assim. Como sabem, eu acho isso bom. Especialmente por esses dias. Estou num cliente no subúrbio, em Honório Gurgel. Tudo é cinza, meio triste. As pessoas são amarguradas. O dia cinza, naturalmente, dá cor a tudo isso.

Vou de trem. Acho a melhor forma de ir para lá. É tão poético, ao mesmo tempo tão povão. Na chuva, os trilhos refletem o cinza do céu, os dormentes se escurecem com a água e o concreto das casas, muros e qualquer outra construção totalizam a viagem monocromática. Ou não?

Cada fiapo de grama que surge entre os dormentes, cada lata de Coca-Cola largada nas britas da estrada de ferro, cada casaco azul, tudo fica realçado. Cada cor ganha vida. Os cachorros amarelentos que ficam perto da estação, os carros velhos da oficina, as plantas às margens do Rio Acari e o carro represando lixo que está dentro dele. Todas essas coisas parecem explodir em cores, quando o dia é cinza.

Eu não enxergo bem as cores. Isse deve explicar porque fico tão feliz de as ver quando o tempo fecha. Mas, ainda assim, não explica por que eu sou o único a enxergar um raio de luz que consegue atravessar as nuvens e refletir num parabrisa, fazendo com que ele vire um espelho. Não explcia por que só eu vejo uma flor brotar através do calçamento. O rosa dessa flor parece preencher meu dia inteiro. Ele se sobrepõe ao cinza. Isso eu consigo enxergar.

Eu consigo enxergar, apenas as diferenças reais entre as cores. Não vejo verde claro e verde escuro, quando sobrepostos. Só em apartado. Quando o dia é cinza, tudo fica destacado. É a vitória das cores sobre o neutro. A alegria através o langor. A sucumbência do confortável ante o feérico. O apoteótico vencendo a fleuma. O óleo sobre tela de Deus.

Talvez seja apenas meu id sobre o super-ego. Talvez seja apenas uma impressão pessoal, íntima.

... Tanto melhor.

Aos leitores que acham meus links blerg, blerg para eles. Só está linkada aqui gente que me é diretamente relacionada. São os meus melhores amigos, meus maiores interesses e a minha namorada. Não vou entrar numa de fingir que sou intelectual e colocar o blog do Salman Rushdie nos meus links. Ele não me diz nada. Por mim, pode enviar todos os versos dele para Satã e levar alguns fascínoras árabes com ele!

Só ponho no meu blog quem ou o que me interessa. Quem me diz respeito, quem eu amo e quem me ama. Se eu fosse inteligente, talvez fosse diferente. Não sou inteligente. Sou emotivo, passional. Vivo a vida, ao invés de observá-la, entendê-la, codificá-la. Ajo, ao invés de contemplar. Nem sei fazer isso.

Se alguém não gosta dos meus, não tenho nada a fazer. Nos dizeres da Rita Lee (que não está linkada aqui, mas bem que poderia), os incomodados que se incomodem!

Aos que assistem Sex & the City: eu odeio Aidan!

sexta-feira, 2 de maio de 2003

Como já observado, a nova citação foi extraída de Carmina Burana. É o meu verso favorito. Quer dizer "agora, por diversão, ofereço o dorso nu à toa raiva".

É um trecho do O Fortuna, a primeira parte da cantata. Trata de coisas mundanas, como a lascívia, a sorte, o tempo... Vale conhecer o libreto inteiro.

quarta-feira, 30 de abril de 2003

Recebi isso aqui via e-mail. Liguei para os telefones que aparecem lá no fim e me confirmaram que a fonte é segura. Ótimo que falem isso! Dá vontade de insuflar os tubarões para que, numa revolta, eles subam até o 5º andar dos prédios e ataquem as pessoas. Ou só as pessoas é que podem atacá-los em seus próprios territórios?


Nota à Imprensa

A verdade sobre os pretensos ataques de tubarão no Rio

Como biólogo marinho, especialista em peixes marinhos, e diretor do Instituto Ecológico Aqualung, me sinto na obrigação de esclarecer o que vem ocorrendo no litoral do Rio. Fatos absolutamente isolados estão sendo reunidos, de forma oportunista, para criar falsos alarmes de perigo de ataque de tubarão, gerando medo e insegurança para a população do Rio.

Fato 1 - Na 5ª feira, dia 24, um praticante de para-pente informa ao Corpo de Bombeiros ter avistado dois tubarões na praia da Barra, gerando o primeiro "alarme" sobre tubarões no litoral do Rio.

Comentários: no litoral do Rio vivem diversas espécies de tubarões há milhões de anos. Avistar alguns espécimes em uma dia com águas claras e quentes, ainda que seja uma curiosidade, não é nenhuma novidade e não representa nenhum tipo de ameaça.

Fato 2 - Na 5ª feira, dia 24, um banhista, pegando jacaré na praia de Copacabana, alega ter sido mordido por um tubarão. Sofreu cortes em dois dedos da mão direita.

Comentários: não há evidências que comprovem ter sido um ataque de tubarão. Uma mordida de tubarão não provoca "cortes" no dedo. Ataques de tubarão no Rio são muito raros e absolutamente improváveis. O último registro de ataque de tubarão em Copacabana foi em 1947 e mesmo assim foi um acidente e não um verdadeiro ataque.

Fato 3 - Na 6ª feira, dia 25, um pescador captura em Grumari, com uma rede de pesca, um tubarão da espécie ´Mako. O exemplar é mostrado ao público como um troféu e passam a relacionar sua captura com o pretenso ataque em Copacabana.

Comentários: cações e tubarões, de diversas espécies, incluindo o Mako, são capturados todos os dias pelos pescadores. Esses tubarões capturados são comercializados nas peixarias e mercados. Relacionar a captura de um tubarão Mako com o ataque de Copacabana é, no mínimo, uma irresponsabilidade. Afirmo, categoricamente, como especialista, que os dois fatos são isolados
e nada têm a ver um com o outro.

Fato 4 - No sábado, dia 26, um grupo de banhistas, na praia da Joatinga, arrastam para fora da água um tubarão e o matam a pauladas na areia. Enquanto batiam no animal, um dos banhistas foi "arranhado" pelos dentes do tubarão.

Comentários: estive no sábado no 2º G-Mar, da Barra, para onde foi levado o tubarão, inicialmente chamado de tigre, e o identifiquei como sendo da espécie mangona. Existiam vários relatos desencontrados sobre como e porque o animal apareceu na praia. No entanto, dizer que ele estava perseguindo alguém e encalhou na areia, certamente é falso. A mangona é muito comum no litoral Sudeste, porém não costuma chegar tão próximo da arrebentação, muito menos no raso. Não é uma espécie agressiva e, absolutamente, não é perigosa. Não há registros de ataque no Brasil. Essa espécie, inclusive, encontra-se em perigo de extinção.

As fotos mostrando os banhistas arrastando o tubarão pela cauda para fora da água indicam que o animal estava morimbundo, pois nenhum homem, por mais forte que seja, consegue capturar e arrastar um tubarão são (sadio e vivo) para fora da água. Mesmo ferido e quase morrendo um tubarão, ou qualquer outro animal com dentes afiados, pode ser perigoso se acuado e agredido. O arranhão sofrido por um dos banhistas demonstra isso.

Não há mudanças no meio ambiente e nem fenômenos atípicos que possam ser utilizados como argumento para o aparecimento de tubarões nas praias. A ocorrência de tubarões em nosso litoral sempre foi e continua sendo um fato muito comum. Não há nenhuma razão plausível para alertas sobre perigo de ataque.

É lamentável e muito ruim para a imagem do Rio de Janeiro termos falsas notícias sobre ataques de tubarões, que, se não esclarecidas a tempo, podem vir a provocar pânico.

Marcelo Szpilman
Diretor
Instituto Ecológico Aqualung
Rua do Russel, 300 / 401, Glória, Rio de Janeiro, RJ. 22210-010
Tels: (21) 2558-3428 ou 2558-3429 ou 2556-5030
Fax: (21) 2556-6006 ou 2556-6021
E-mail: instaqua@uol.com.br
Site: http://www.institutoaqualung.com.br

Curriculum resumido

Marcelo Szpilman - Biólogo marinho, diretor do Instituto Ecológico Aqualung, membro da Comissão Científica Nacional (COCIEN) da Confederação Brasileira de Pesca e Desportos Subaquáticos (CBPDS), autor do Livro GUIA AQUALUNG DE PEIXES - Guia Prático de Identificação dos Peixes do Litoral Brasileiro, editado em 1991, do livro SERES MARINHOS PERIGOSOS - Guia Prático de Identificação, Prevenção e Tratamento, editado em 1998/99, do livro PEIXES MARINHOS DO BRASIL - Guia Prático de Identificação, editado em 2000/01.

terça-feira, 29 de abril de 2003

Encontrei uns arquivos antigos. Dois, para ser exato. São coisas que eu vinha escrevendo e que ficaram paradas na estante. Ou num disquete, se preferirem.

Decidi retomar o trabalho. Talvez virem dois livros. Quem sabe?

quarta-feira, 23 de abril de 2003

Bem, voltei do Sana. Ainda não sei bem por que, mas voltei. Aquilo é bom demais e o Rio anda tão violento. Na quinta-feira, um dia antes de ir, fui assaltado. Levaram relógio, celular e R$ 10,00. Quando chego de volta ao Rio, pego um táxi e a primeira coisa que o motorista diz é "bem aqui, uma hora atrás, estava rolando o maior tiroteio". Aonde essa cidade vai parar?

Bom, mas, sendo prático, perdi o celular. Se algum leitor gostava de fazer contato por ele, vai ter que suspender a prática por algum tempo. Se quiser entrar em contato, use o link ao lado. Ele direciona diretamente para o meu e-mail. É só escrever que eu respondo.

quarta-feira, 16 de abril de 2003

Vou passar a Semana Santa no Sana. Assim, nenhum leitor estranhe se eu não voltar. Corre o risco de eu virar um cogumelo e começar a brotar ao lado de uma cachoeira.

quinta-feira, 10 de abril de 2003

Eu nunca entendi o Popeye. Hoje, tava pensando nisso. Vejam bem: dois marinheiros vivem se supapando por uma mulher solteira, incapaz de se decidir entre os dois. Para ganhar força contra o Brutus, Popeye recorre ao espinafre enlatado. Americano nunca gostou de salada.

Isso tudo acontece na década de 50. Hollywood não costuma dar ponto sem nó. Que estranhos valores esses desenhos nos transmitiam!

Sendo autorizado...

Eu adoro mergulhar. Adoro estar com a cabeça embaixo d'água, vendo o movimento que acontece. É lindo ver quanta vida se passa colada a uma rocha, como o Arpoador. Mas o que mais gosto, quando mergulho, é o silêncio. Toda a vida, todas aquelas cores, todo o movimento, tudo acontece em silêncio.

Eu sou músico. Deveria gostar de sons. Mas adoro o silêncio. Existe uma intensidade e mesmo uma musicalidade quando não se ouve nada. Ele vem como um véu que cobre a cabeça e protege os pensamentos, para que fluam à vontade lá dentro. É uma ótima maneira de vermos o que temos pensado realmente.

O silêncio é o conforto de que os ouvidos precisam quando o dia chega ao fim e o coração quer bater mais devagar. É a trilha sonora ideal para o pôr-do-sol. A grande companhia para um bom livro. A condição sine qua non para um dia de chuva.

Acho lindo ver que, quando os céus se fecham, o ruído diminui. As pessoas parecem passar umas pelas outras tomando cuidado para não fazer barulho com os sapatos. Os carros não buzinam. As aves não cantam. O dia se passa em silêncio e cinza e branco. Dá ao Rio um ar de civilidade que não é comum.

O silêncio é o convite a um café no Paço Imperial. É o pedido para uma conversa. É a melhor trilha sonora para um beijo.

Escrevi essas linhas em silêncio, depois de um dia de muitos ruídos. Ele me veio como um bálsamo, uma bênção. E a minha mente pôde estar em paz. Em resumo, acho que só o silêncio é melhor que um dia de chuva. E se vierem juntos, maravilha! Parece sexo com sorvete.

PS: obrigado, Carol.

quarta-feira, 9 de abril de 2003

ALGUÉM SE INCOMODA DE COMENTAR ESTE BLOG?!?!?!?!?!

Tele-vizinhos

Ao som dramático da trilha sonora de A Casa das Sete Mulheres, ouço a voz da vizinha do quarto andar entrar pela minha janela: "a série mais bonita que eu já vi".

Por essas e outras é que eu não gasto a minha energia elétrica vendo tevê!

terça-feira, 8 de abril de 2003

Eu nunca soube exatamente por que escrevia este blog. Descobri ontem. Renata, linkada aí do lado e Espanhol, o Augusto já citado (e espero que tome vergonha na cara e crie um blog próprio) se conheceram por aqui.

Ele entrou no meu blog (calma, calma, estamos falando apenas de internet), clicou no link da Renata e trocou umas idéias com ela. Pelo visto, deu certo. Que bom!

Fico feliz por vocês. Só podiam ter tido a dignidade de me contar, né? Eu não precisava ficar sabendo pelo Maurício.

Tem dias, como hoje, que ficam suspensos. Nada parece ter acontecido de verdade. Nada parece ter se passado. Ao mesmo tempo, esses dias parecem levar anos para se encerrar. Quando se encerram, levam consigo um ar de alívio, frio e insípido, ao mesmo tempo.

São dias em que a gente vê que, muitas vezes, a parte mais fácil de uma decisão é tomá-la. Muitas vezes, executar aquilo que está decidido é o passo mais largo. Tem dias em que se aprende esse tipo de coisa.

Hoje foi um deles. O cinza do céu parecia chumbo nos meus ombros. Ainda assim, o dia passou com a certeza do dever cumprido. E eu aprendi que é esse o importante. Deve-se fazer o que deve ser feito. Não devemos nos vangloriar da conquista, nem chorar a derrota. Apenas faça o que você tem que fazer.

A madrugada e o dia seguinte estão prometendo chuva. Tomara. Vou precisar lavar os meus pensamentos, um pouco.

segunda-feira, 7 de abril de 2003

Não percam o Rio Boat Show, na Marina da Glória. Está de morrer! Só lá você pode comprar um veleiro de US$ 300 mil.

Acabei de ler no blog da Carol que ela quer escrever sobre o silêncio. Roubou a minha idéia. Eu ia começar esse tema agora.

Bom, fica para ela. Ela sempre escreve melhor que eu, mesmo... Mas o tema é bom.

A fonte é segura. Os USA realmente passaram uma lei no Congresso e as fritas francesas se tornaram fritas da liberdade. Já que o mundo anda boicotando os irmãos do norte, os irmãos do norte resolveram boicotar a França. Acho que é justo. Afinal, batata frita é um prato muito típico na França. O tradicional steak aux frites já até foi o último desejo de um oficial francês preso na Indochina. É natural que os EstadoZunidos declarem sua independência culinária. Nada mais natural.

Só fiquei intrigado com uma coisa: o beijo francês também passa a ser beijo da liberdade? Se for... Ai, se for!

Tem tempo que eu não dou as caras por aqui. Explico: tenho trabalhado do outro lado da cidade. Com isso, tenho dormido na Estela (na casa dela, seus depravados!) e não entro na internet por lá. Acho que é por timidez. O fato é que eu não entro. Com isso, não consigo postar e desapareço, gerando essa lista de leitores insatisfeitos.

Bom, para os de fora do Rio, aqui está chovendo. Eu, claro, já fui tomar um pouco de chuva. Que delícia. É a melhor forma de encerrar um fim de semana. Um banho para limpar para a próxima semana. Recomendo a todos.

terça-feira, 25 de março de 2003

Para os que já perguntaram, a citação nova foi extraída da 9ª Sinfonia de Beethoven. Essa sinfonia traz, em seu último ato, uma poesia de Friederich Schiller, uma Ode à Alegria. Essa peça é tão importante que Bakunin, primeiro pensador do anarquismo, disse que, para se fazer um mundo perfeito, teríamos que queimar inteiramente o mundo atual, deixando apenas a partitura da 9ª de Beethoven para a posteridade.

A tradução aproximada dos versos é a seguinte: "sede abraçados, milhões. Nestes beijos do mundo inteiro!". É uma aclamação. A humanidade deve se unir em um abraço e beijos entre todos os homens. Mais adiante, ele fala "deixa que todos nos tornemos irmãos. Amigos são para todo o sempre".

Acho que alguns líderes do cenário geo-político contemporâneo deveriam conhecer um pouco mais de música erudita...

domingo, 23 de março de 2003

Acho que esse papo de kick-boxing tem subido à cabeça da Carolzinha...

Já devo ter dito algumas vezes que eu acho essa guerra que está rolando um absurdo, uma covardia. Pois bem, reitero a opinião. Não quero chover no molhado, mas um ex-futuro candidato à diplomacia brasileira não pode deixar de demonstrar sua indignação quando dois estados decidem resolver suas diferenças pela violência.

Fim de semana gostoso. Esse friozinho é bom demais. E chuva. Eu já disse que gosto de chuva? É uma delícia.

Começamos com um almoço venezuelano na casa da Jessica. Visitem o blog dela. É bem bacana! Aliás, ela é uma menina bacana. O único defeito é achar que eu trato as mulheres como objeto. Mentira. Elas não são tão úteis assim.

Dali, fomos ao cinema com sogrão e Vilma, que eu só conheci ontem. Gente boa, gente boa. Fomos assistir Chicago. Como eu previa, Richard Gere não convenceu como cantor e dançarino. Jantamos num sushi em Niterói e tudo bancado pelo dito cujo referido sogrão.

E dormimos sozinhos no apê do sogrão, que foi dormir com a Vilma.

E acordamos juntinhos na mesma cama. Friozinho, cobertor e cama. Para que mais?

E tem idiota fazendo guerra por aí.

terça-feira, 18 de março de 2003

Diante de uma barata:

Homem: - Se eu não estivesse descalço!
Mulher: - Socorro! Uma barata!
Gay: - Alô!!! É do Corpo de Bombeiros?

Ontem, em meio aos petiscos e bebidas do vernisage, recebi a acusação de que trato as mulheres como objeto neste blog. Achei essa uma acusação injusta.

Claro, quem me acusou foi mulher.

Finalmente o BBB 3 está do meu gosto. Dentro da casa só tem homem e mulher feia. Isso quer dizer que todas as bonitas já saíram e estão posando nuas.

Queremos nudez gratuita!!

Ao dileto Robert Andare, que comentou um dos últimos posts:

Você chegou a ler o meu blog? Por acaso viu que não tem nenhuma, nenhuminha mísera foto? Nem matéria, nem viagem, nem nada! Que maneira idiota de convidar alguém a visitar o seu blog. Não vou até lá, não vou votar, nem comentar nada. Isso é carência demais.

Se eu andasse com um caderninho, com certeza teria mais o que dizer neste blog. Todo dia eu vejo uma coisa estranha que devia estar aqui. Só de andar de ônibus!

Da última vez, os passageiros de um apertado 269 fizeram o motorista interromper a viagem em plena serra Grajaú-Jacarepaguá para que uma apertada menina fizesse suas necessidades na beira da estrada. Cruzes! Em que mundo bizarro eu vivo?!

Quanto tempo não venho aqui. Tenho deixado esse blog desatualizado. Ok, vamos começar pelas fofocas: ontem, fui a um vernisage. Cheguei em casa trôpego e acordei com ressaca. Mas valeu a pena. Foi no CCBB. A estréia de Rembrandt. Graças à Carol. Visitem. A parte que eu lembro da exposição está muito boa.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2003

Acerto de contas

Um dia, como todos os que lêem este blog, eu vou morrer. Já posso até me ver, sentado às portas do purgatório, esperando pelo julgamento. Só Deus sabe se eu vou para o Céu, ou para o Inferno, com o perdão do trocadilho. Dali a pouco, vai se sentar um sujeito curvado, com a roupa longa, branca e puída do meu lado. O rosto cansado se torce, enquanto ele acha espaço do meu lado. Ele traz um bloquinho na mão esquerda e uma caneta, na direita. Vai me olhar e dizer:

-Você é o Pedro, não é? Muito prazer, sou Chavachiach, seu anjo da guarda - Vou tremer ao ouvir isso. - Vamos acertar nossas contas.

Eu sei bem que a lista é longa. Teve cada uma. Só a quantidade de vezes que eu devia ter caído de abismos, pedras, cachoeiras e alturas afins nas minhas trilhas... E os assaltos? Cada coisa que me acontece. Sei que todo mundo tem história de assalto violento para contar, mas tem coisas que só acontecem comigo. Alguém aqui já enfrentou arma na cabeça e reagiu? O sujeito atirou e errou! Foi o manto do anjo que me protegeu. Ele vai me mostrar o furo que ficou no lugar.

E uma vez, lá ia eu a uma festa na casa da Carol, linkada aí do lado. Como bom convidado, levava uma caixa de cerveja e o meu violão nas costas. No bolso, o dinheiro de duas aulas, que deveria durar por toda a semana. Além desse dinheiro, alguns trocados para o ônibus. Vem o sujeito, no ponto de ônibus escuro e deserto e me pára. Mostra a arma na cintura. Não tem como fugir, mas não estou disposto a perder meu dinheiro. O que fazer? Inventar uma história:

-Rapaz, eu toco num hotel, lá na Zona Sul. Se você me esperar, na volta eu vou ter dinheiro, mas agora, só tenho o dinheiro da passagem e essa cerveja. Você quer cerveja?

-Não. Só dinheiro - ele fica nervoso.

Eu coloco a mão no bolso e rezo. Se sair uma nota graúda, minha mentira vai por água abaixo. Foi a mão do anjo que tirou aquela nota do meu bolso. Era uma nota de R$ 1,00. Ele mostra a mão. Coitado, teve que lavar com desinfetante. Essa história de que anjo não tem sexo é só história e o meu bom e velho anjo da guarda é um anjo espada. Além disso, pediu para eu não contar aos superiores que andou metendo a mão dentro de bolso de marmanjo.

Voltando à violência, eu entreguei a nota. Como ele achou pouco, pegou a caixa de cerveja, também. Eu decidi pelo blefe supremo. Dei as costas e comecei a andar. Ele gritou atrás de mim "onde você vai?"

-Vou para casa. Você pegou o único dinheiro que eu tenho e preciso ir trabalhar.

A frase que ouvi foi a menos esperada em toda a minha longa vida de habitante de uma grande capital violenta:

-Peraí. Também não é assim. Toma seu dinheiro de volta. Vai trabalhar.

Ainda descrente, peguei a nota. Foi o anjo que sussurou no ouvido do meliante. Humilhação suprema. Além de enfiar a mão no bolso alheio, fica sussurrando em ouvido de barbado. Mas eu sou abusado e não me dei por contente. Inventei que a cerveja era para o pessoal da banda. Cada semana, um tinha que levar para os outros e era meu dia no rodízio. Ele se abraçou à caixa, como se para proteger, sei lá. Eu insisti, mas regateei por levar apenas uma. Surpresa suprema: ele assentiu.

Eu devo ser, mesmo, um teste de paciência para qualquer anjo da guarda. Aliás, um teste físico, também. Será que, no fim dessa conversa, ele não vai me dizer um solene "vai para o inferno"? O céu treme e ele arremeda "não literalmente, claro..."

Tem gente reclamando do ar pederasta de um post recente. Está bem, está bem. Eu confesso, foi um surto. Mas isso passa. Apesar de eu gostar de roupas e gostar de cozinhar, isso passa.

Quanto às crônicas, por favor, paciência. Prometo uma no fim de semana, ok? Está na cabeça. É só digitar. Mas eu chego em casa com tanto sono que sinto preguiça.

Pronto! Agora podem reclamar da bahianidade.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2003

Minha namorada torceu o pé. Está de botinha. Por alguma estranha razão, ela se recusa a vestir roupas sensuais e posar de go-go girl para um pin-up.

Vou tentar melhor. Vou prometer o sucesso e dizer que vou lançar a foto na internet. Será que cola?

Nunca entndi direito essa conduta que as boas moças têm.

domingo, 16 de fevereiro de 2003

Eu esperei a chuva. Ela bem que podia ter vindo. Todo mundo sabe que gosto de chuva. Esse calorão é insensato. Não há nada que o justifique. Chego em casa e pareço ter que torcer a roupa, para secar.

Falando em roupa, a calça que eu comprei na Zara este fim de semana é maravilhosa. Sei que é gay falar de roupa no blog, mas não posso fazer nada. Fiquei parecendo aqueles sujeitos de passarela. Grande escolha da Estela.

E foi útil. Acho que foi essa roupa que fez o Quintino pegar a Juliana. Mandaram bem!!

E, para concluir, uma frase lapidar: put a finger in your ass e la vita ti sorridera. Coisas que minha família ensina, lá em Trieste...

Está bem, está bem. Sei que queremos nudez gratuita, mas essa Andrea do BBB3 é um teste de paciência. Tem dó!

Mais retoque que ela, só aquela infeliz que lançou um morteiro no goleiro peruano (ou boliviano, ou chileno, ou...) no Maracanã, uns anos atrás e saiu na Playboy.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2003

A melhor parte do meu dia, ontem, foi acordar, olhar para o lado, e ver que a Estela estava deitada no meu colo. O trabalho tem me consumido e, às vezes, eu esqueço de mostrar a ela como o mundo fica insípido sem ela.

Preciso fazer isso mais vezes. Na verdade, as duas coisas: acordar com ela e estar mais presente.

Depois de ler os comentários do último post, só tenho uma coisa a dizer: eu só faço levar bronca...

Por que, diabos, ninguém acredita quando eu digo que estou atolado em trabalho? É verdade. Se vissem a pilha de papéis em volta deste lap top, vocês teriam noção.

Mas eu volto, gente. Eu volto.

Calma!

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2003

O e-mail de um amigo. Está na íntegra. É para isso que existe este blog!!

Fala Camarada!!!

Estou aqui na escravidão da PwC e resolvi dar uma olhada na sua
vida...hehehehehe...viu como eu gostei dessa parada de blog?

Como vc não atualiza seu blog há algum tempo, resolvi olhar os links que vc
disponibiliza...me amarrei principalmente no da Renata (se é que esse é o
verdadeiro nome da figura)...principalmente pela início, o qual transcrevo:

"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir,
de entrar em contato...
Ou toca, ou não toca".
- Clarice Lispector -

Isso é lindo, cara!!! Me amarro em poesia e essa é de um primor ímpar.
Depois pude perceber que alguns conflitos existenciais que enfrento fazem
parte da bida da maioria da galera...um lance meio 26 anos e aí? o que
fiz? o que tô fazendo, saca? Me amarrei.


De qquer maneira, vê se escreve algo novo...vc anda sem inspiração....mande
beijos e/ou abraços meus aos seus amigos de blog...diga que me amarrei em
conhecê-los e que continuem buscando, afinal a maioria das pessoas maneiras
que eu conheço não têm a menor idéia do que estão fazendo e dizem que os
caras de 40 anos que são gente boa, também não descobriram...só nos resta
viver.

Grande abraço saudoso,

Augusto

PS: um pensamento: "Cada vez que um ser humano faz algo errado, todos nós
também fazemos; o que acontece ao redor da Terra é um reflexo das emoções
de cada um dos seus habitantes.
Nós estamos em todos, e todos estão em nós. O poeta e o criminoso vivem no
coração de cada homem."

Sei que tem tempo que eu não apareço. Acontece que o trabalho anda puxaaaado. Peço desculpas a todos. Assim que a coisa aliviar (não pensem bobagem!), eu volto. já tenho até assunto para blogar.

Para os que sentem saudade das crônicas, elas estarão de volta.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2003

Depois de pedir para usar a frase dele, ele me escreveu outro imêio. Dentre outras coisas, autorizou o uso da tal citação (leia abaixo). Agora, o legal são as outras coisas. Ele confessou não gostar muito da idéia de ficar bisbilhotando diários virtuais alheios. Não tiro a razão do sujeito. Afinal, é um voyeurismo sem tamanho.

Mas o barato é que eu mudei a opinião dele. Ele gostou daquilo que ele diz que é minha "inquietude". Acho que vai começar a visitar pelo menos este blog mais frequentemente. Espero que sim. Só acho melhor ele não fazer muitos comentários depois dos meus posts. Senão, vai ter gente desistindo de ler os posts para ler os comentários sempre pertinentes dele.

O curioso é que nunca tinha me considerado inquieto. Meio cri-cri, talvez. Gosto de pensar as coisas sob vários ângulos. Daí vem o nome do blog. Mas nunca tinha me visto como inquieto. Ainda assim, acho que me cabe bem a observação. Nunca fico parado no mesmo lugar. Nem minhas considerações sobre as coisas são permanentes. Nem acho que eu deveria ser.

Afinal, não é por ser inquieto que o mundo gira?

Dia desses recebi um e-mail genial de um amigo que não via faz tempo. Tinha uma frase brilhante. Perguntei se podia usar e ele assentiu. Lá vai:

SEXO É COMO UM JOGO DE CARTAS: SE VOCÊ NÃO TEM UM BOM PARCEIRO, É MELHOR TER UMA BOA MÃO.

Sabedoria lapidar do Espanhol...

Finalmente posso opinar sobre o BBB. Saiu aquela miss. O público masculino só teria a ganhar, de qualquer maneira. Se ela ficasse, tinha prometido banho peladona. Saindo, já está para aparecer no Paparazzo e garanto que é capa da Playboy em dois meses.

Vai ter alguma mulher lendo esse post e dizendo, com o nariz torcido: "ela põe silicone no peito". Francamente, eu não ligo.

Como diz o Quintino, queremos nudez gratuita! E na internet, toda nudez é gratuita...

sábado, 25 de janeiro de 2003

Sexta-feira, aí pelas onze horas da noite, eu aperto a tecla Enter pela última vez em uma planilha. Acabara de montá-la. Era consideravelmente grande.

O computador estala, a lâmpada do quarto se apaga. A tela fica negra. Blackout trazido pela chuva.

Eu não tive tempo de salvar nada.

Em 15 minutos a luz volta.

Isso é provocação.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2003

Aliás, o Arnold Schwapwejwovreoinmeogiwrogineger também volta às telas com um sucesso do passado: O Exterminador do Futuro III.

Daqui a pouco vai faltar bomba para essa turma toda. Estou só esperando aparecer algum do Stephen Seagal, ou do Chuck Norris.

Parece conversa, mas é sério. Silvester Stallone vai estrear mais um filme da séria série Rambo. Dessa vez, o mocinho bruta-montes vai até o Afeganistão. Ué? Ele já não fez isso? Fez, mas dessa vez é diferente.

Em Rambo III, o herói que sofre de paralisia facial foi lá, buscar seu mentor que havia sido seqüestrado e, de quebra, derrubar o poder soviético na região.

Em Rambo IV, aparentemente, o herói marombado se arrepende de seus feitos 15 anos depois. Com a queda do regime comunista, sobe ao poder uma facção neurótico-sanguinária-terrorista chamada Talebã. Nosso soldado feioso vai até lá e, pasmem, dá uns sopapos pessoalmente em Bin-Laden.

Deu no jornal. É sério. Tira esse risinho do rosto. É verdade.

Por que ninguém me acredita quando eu conto isso?

Aos fãs da obra de Tolkien, sugiro o site Lond Daer. Traz um bom material sobre lingüística, geografia e datação na Terra-média. O melhor site que encontrei sobre o assunto.

Essa chuva. Cai, ou não cai? Quente, ou frio?

Vai entender S. Pedro!

Acabam de chegar as fotos da Thais, do BBB3.

Ela ainda usa aparelho. Que desgosto!!

terça-feira, 21 de janeiro de 2003

Diálogo de sexta-feira, travado entre mim e minha namorada:

-Temos onde passar o carnaval. Vamos para Diamantina (MG). O lugar é lindo - eu comecei.

-Você sabe como é o carnaval em Diamantina? - ela inquiri.

-Claro! Muito bom!!

Meio transtornada, ela pergunta, concedendo o benefício da dúvida:

-Como é?

-Calmo, sereno. Vamos acampar, nadar nas cachoeiras - e eu disse outras divagações bucólicas e inocentes.

Com isso, ela pacientemente me explicou que é a perdição total. Cruzes! Eu quero sossego!! Mas acho que tenho outra opção para nós. Inda bem que minha namorada é calma o suficiente para me explicar as coisas.

No fim de semana, eu tive um sonho, ou um delírio. Foi bacana, mas estranho. Aquelas coisas que vêm na cabeça da gente, antes de acordar e depois de dormir. Eu vi uma capa da revista National Geographic. Sempre tem uma foto maravilhosa na capa. Lindas paisagens, animais exóticos... Dessa vez, não vinha nada. Era dedicada ao Iraque. A capa era branca. A logo e o nome estavam no alto, impressos em prata. O título vinha embaixo, também em prata: Paz.

Gostei da idéia. Podia ser usada de verdade. Afinal, aquele país já se chamou Mesopotâmea! Eu tenho uma peça arqueológica de lá aqui em casa (ninguém pode saber, porque é verdade e foi roubada de lá). Dá para sentir a energia de milênios naquele pequeno touro de bronze. Tomara que não bombardeiem nada por lá.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2003

Assunto da semana: estréia do BBB3. Francamente, eu não dou a mínima.

Meu único papel é esperar pelas fotos da Playboy. Aí sim, terei opinião a expressar.

Meu trabalho tem internet a cabo e não tem firewall.

Maravilha!

quarta-feira, 15 de janeiro de 2003

Hoje, depois de muito tempo, fui ao restaurante de sempre. Sentei à mesa de sempre. A garçonete de sempre veio me servir. Eu faço um pedido meio complicado.

Ela olhou para mim: "o de sempre?"

Adoro ser reconhecido!

Acho q agora está tudo em ordem. Gostei do visual novo.

Vou deixar de surpresa para a Estela. Quero ver o que ela vai dizer quando encontrar. Ela já viu o rascunho. Quero ver o q acha do final.

É bacana ver a mesma casa com os móveis em lugares diferentes. De vez em quando a gente fazia isso aqui em casa. Minha avó dizia que era para espantar os duendes que viviam atrás dos móveis.

Mundo antigo...

O Haloscan só pode estar de sacanagem com a minha cara.

Templeite novo. Eita, que beleza!

terça-feira, 14 de janeiro de 2003

É possível que eu crie um lay out novo para este blog. Ele anda um lixo. Mas não se assanhem: a decisão não é definitiva.

Carol, a.k.a. Celta, quer namorar. Esperei 10 anos para ouvir essa frase dela.

Deus me livre!

Essa chuvinha é boa. Andar pelo Centro debaixo d'água é bom...

Dá gosto vestir terno.

Sim, voltei a usar terno. Voltei a trabalhar feito gente séria. Só meu salário não é sério.

Puxa! Eu posso falar rápido!!!

Ontem o blogspot comeu um post meu. Não vou reescrever. Era muito longo. Só pensem em como é bom amar o próximo e vão ter entendido a mensagem.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2003

Nada como soltar os cachorros, para esfriar a cabeça... Obrigado a quem leu o post anterior (ou vai ler, já que a ordem desse troço é inversa).

Vou nomear meus leitores meus terapeutas oficiais. Tudo vai melhorar, depois que eu mergulhar no Arpoador, amanhã.

Depois de um longo e tenebroso inverno, cá estou eu.

Inverno? Que inverno? Acho que eu devia dizer inferno. Onde já se viu? Quem precisa de 40º C de calor? Quem precisa de chuva que só deixa o tempo mais abafado? E que, de quebra, alaga a minha rua?

Aliás, quem precisa de tanta garrafa PET, que fica aparecendo na areia, depois? O mar, eu sei que não precisa. Gente imunda!

Quem precisa ficar suando pelas ruas do Centro? Olhar em volta e ver um bando de gente brilhando e nenhum deles é elfo!

É verdade, estou mal humorado. E daí?

sexta-feira, 3 de janeiro de 2003

Lá fui eu assistir à reapresentação de O Grande Ditador, de Charles Chaplin. Cineminha, escurim, com a namorada. Nada de melhor. Não resisti. Tive que buscar e copiar o discurso final aqui no blog.

É um apaixonado discurso sobre os perigos de se impor a razão fria sobre as emoções. Sobre aquilo de que se compõe não o homem, mas a humanidade.

Ficou em inglês, mesmo. Se fosse em japonês eu manteria em japonês. Quem achar que deve ser traduzido, é só pedir nos comentários. Eu faço a tradução e publico. De todo jeito, leia com atenção.

The Jewish Barber: I'm sorry but I don't want to be an emperor. That's not my business. I don't want to rule or conquer anyone. I should like to help everyone if possible; Jew, Gentile, black men, white. We all want to help one another. Human beings are like that. We want to live by each others' happiness, not by each other's misery. We don't want to hate and despise one another. In this world there is room for everyone. And the good earth is rich and can provide for everyone. The way of life can be free and beautiful, but we have lost the way. Greed has poisoned men's souls; has barricaded the world with hate; has goose-stepped us into misery and bloodshed. We have developed speed, but we have shut ourselves in. Machinery that gives abundance has left us in want. Our knowledge as made us cynical; our cleverness, hard and unkind. We think too much and feel too little. More than machinery we need humanity. More than cleverness, we need kindness and gentleness. Without these qualities, life will be violent and all will be lost. The aeroplane and the radio have brought us closer together. The very nature of these things cries out for the goodness in man; cries out for universal brotherhood; for the unity of us all. Even now my voice is reaching millions throughout the world, millions of despairing men, women, and little children, victims of a system that makes men torture and imprison innocent people. To those who can hear me, I say "Do not despair." The misery that has come upon us is but the passing of greed, the bitterness of men who fear the way of human progress. The hate of men will pass, and dictators die, and the power they took from the people will return to the people. And so long as men die, liberty will never perish.
(In a passionate raging voice now)
Soldiers! Don't give yourselves to these brutes who despise you, enslave you; who regiment your lives, tell you what to do, what to think and what to feel! Who drill you, diet you, treat you like cattle and use you as cannon fodder! Don't give yourselves to these unnatural men---machine men with machine minds and machine hearts! You are not machines! You are men! With the love of humanity in your hearts! Don't hate! Only the unloved hate; the unloved and the unnatural. Soldiers! Don't fight for slavery! Fight for liberty! In the seventeenth chapter of St. Luke, it is written that the kingdom of God is within man, not one man nor a group of men, but in all men! In you! You, the people, have the power, the power to create machines, the power to create happiness! You, the people, have the power to make this life free and beautiful, to make this life a wonderful adventure. Then in the name of democracy, let us use that power. Let us all unite. Let us fight for a new world, a decent world that will give men a chance to work, that will give youth a future and old age a security. By the promise of these things, brutes have risen to power. But they lie! They do not fulfil that promise. They never will! Dictators free themselves but they enslave the people! Now let us fight to free the world! To do away with national barriers! To do away with greed, with hate and intolerance! Let us fight for a world of reason, a world where science and progress will lead to the happiness of us all. Soldiers, in the name of democracy, let us unite!
(Here, Chaplin pauses, seeming to gather himself, and the picture soon fades out to a scene of refugee Hannah (Paulette Goddard) with her family in a peaceful field, seemingly hearing his words.)
Hannah, can you hear me? Wherever you are, look up! Look up, Hannah! The clouds are lifting! The sun is breaking through! We are coming out of the darkness into the light! We are coming into a new world; a kinder world, where men will rise above their greed, their hate and their brutality. Look up, Hannah! The soul of man has been given wings and at last he is beginning to fly. He is flying into the rainbow! Into the light of hope! Look up, Hannah! Look up!

domingo, 29 de dezembro de 2002

Hoje, eu estou prolixo. É o que dá não me deixarem dormir...

Acabo de criar um novo link no meu blog. É para o blog do Quintino. Eu já venho lendo esse blog faz um tempo. Acontece que ele é o melhor amigo da Estela. Como eu não o conhecia, ainda, seria uma enorme buchice linkar o blog do cara, parecendo que estava tentando uma política de boas vizinhanças.

Agora, conheci o sujeito. É gente boa. Portanto, façam uma visitinha. Ele não escreve muito, mas vale esperar pelas novidades.

Aos cinéfilos, a dica: o melhor filme de terror que eu já vi foi A Espinha do Diabo (El Espinazo del Diablo - Espanha, 2001). Está rolando no Telecine, agora. Eu, que não gosto do gênero, acho este filme imperdível.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2002

Isso aí. Estou de volta, depois de uma generosa visita de Papai Noel.

Quintino tem me desmoralizado. Pô! Que vacilo...

terça-feira, 24 de dezembro de 2002

Imagina que você tem um daqueles quebra-cabeças de 8 mil peças. Aí, você monta 4 mil de um lado. Ao mesmo tempo, monta 4 mil de outro. Você terá dois grandes quebra-cabeças, um de cada lado.

Agora, imagine que você junta as duas partes/metades do quebra-cabeça, encaixando peça por peça, ao longo da vertical dele.

Se você for capaz de imaginar isso, é capaz de imaginar aquilo que somos eu e Estela.

Minha namorada acha que o céu é um sofá bem grande. Eu discordo. Acho que é um chão, pra gente se espichar. Em cima do chão, tem um sonzinho, pra gente escutar.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2002

Pedro vai cortar o cabelo

Esbaforido, eu passo em frente a um salão e vejo que ele está 25% mais barato que os outros em volta. Meu cabelo é ruim, então o corte também pode ser ruim, certo? Acontece que eu estava morrendo de pressa. Então, entro e peço para reservar um horário. A atendente responde que tem como fazer na hora. "Mesmo? Eu tenho que estar livre em meia hora", eu me certifico. "Claro, senhor", é a resposta.

Lá vou eu. Sento numa das cadeiras e espero vir o sujeito que vai encurtar meus pelos. É uma loiraça, de 1,80m de altura. Olha para mim e diz para acompanhá-la, para lavar o cabelo. Eu tremi nas bases. Eu sempre durmo nessa parte. Mexer na minha cabeça é me fazer dormir. Eu já dormi com um negão 3x4 lavando meu cabelo no salão ali do lado. Já até dormi na cadeira do dentista! Sim, mexer em q.u.a.l.q.u.e.r parte da minha cabeça me dá sono. Imagina se fosse aquela loira. O que ela ia pensar de mim? Eu tenho namorada, ora!

Aliás, assim que bati os olhos nela, percebi que tínhamos algo em comum: as raízes negras. E lá deitei eu naquela espécie de pia que eles têm nos salões. "Água fria, morna ou quente?". Naquele calorão, sempre gelada! É bom, que refresca a cabeça e as idéias. Vai molhando o cabelo. Ela enche a mão de xampu e começa a passar pela minha cabeça. Que tristeza. O pior cafuné do planeta. Acho que ela não gostava de cabelo, sei lá. Sei que foi a primeira vez na vida em que eu nem bocejei lavando a cabeça. Sim, eu bocejo até quando sou eu mesmo lavando a minha cabeça.

Já não se fazem mais loiraças como antigamente. Inda bem que eu tenho a minha morena. Aquilo sim é cafuné.

Importante lembrar: se você gosta de algum dos posts, se não gosta, se discorda, se concorda, se nada, muito pelo contrário, se você é apático, se é simpático, antipático, ou hepático, se acha que sim, se acha que não, se acha que depende, ou não acha, se isso, se aquilo,

COMENTE!!!!!!!

Ao Villas-Boas

Quem me conheceu no início do curso de Direito, sabia que o que eu mais queria fazer, naquela época, era diplomacia. Por causa dessa intenção, eu conheci uns nomes desde cedo. Esta semana, dois desses nomes partiram para o Oriente Eterno. Um foi Evandro Lins e Silva, antecedido por Orlando Villas-Boas. Ambos tinham muito a ensinar ao mundo da diplomacia. Curiosamente, cada um em um ângulo simetricamente oposto ao outro.

Os que me conhecem atualmente, sabem que eu sou um estudante de Direito muito relapso. Então, não vou fingir que estou mais comovido com Lins e Silva que com Villas-Boas. Quem quiser saber mais sobre Lins e Silva, pode ler um interessantíssimo artigo no blog da Estela. Eu sinto muito mais saudades de Orlando Villas-Boas.

Orlando e seu irmão, Claudio, decidiram lançar os braços da diplomacia para um país muito mais interessante do que qualquer outro: aquele onde nasceram. Decidiram lançar-se ao interior, buscando comunicação com gente que não falava nenhum idioma conhecido nas geografias de Henfil: o sulmaravilha e a Caatinga. Ou algum leitor saber responder à pergunta: nhe'enga Tupi? Pois eles sabiam. E decidiram aprender muito mais do que isso.

Decidiram levar aos povos isolados do Mato Grosso e da Amazônia as comodidades do mundo branco. Decidiram trazer aos mundo branco o universo que existia em sua própria esquina. Uma tarefa nada simples.

Tempos atrás, eu iniciei uma difícil pesquisa sobre a mitologia indígena brasileira pré-cabrália. Precisei de um livro de Orlando Villas-Boas. Fiquei maravilhado com a escrita. Ele possuía um estilo muito próprio. Era erudito, ao mesmo tempo que claro. Inteligente, ao mesmo tempo que direto. Não era redação de quem havia vivido a vida inteira no mato, comendo cobras com os nativos. Nem era literatura acadêmica, de quem havia passado a vida inteira trancado numa biblioteca, vendo índios pelas fotos do Mal. Rondon. Não. Era linguagem de quem tinha que se comunicar, a todo custo.

Recomendo a todos os meus leitores algum livro de Orlando Villas-Boas. Quem quer que queira saber o que é comunicação deve saber escrever e falar como ele. Esqueçam Chatô, nem pensem em Abelardo Barbosa. O maior comunicador que já pude encontrar faleceu faz menos tempo que isso. E também o grande diplomata. Não vejo glória maior que estabelecer embaixadas onde ninguém faz comércio, onde não há interesse no lucro. Só no Brasil.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2002

Então, eu não posso me dar uma semana de namorico e folga que a trupe vem pedir para eu voltar a escrever? O que é isso? Estão querendo encher a minha bola! Tem até gente da caatinga me mandando e-mail, cobrando notícias. Tem gente do sulmaravilha que veio dizer que o meu blog era o mais inteligente de um oceano. Claro! Peixe não bloga! E a razão para isso é simples: eles não têm polegares opositores. Se tivessem, garanto que qualquer celacanto teria mais a dizer que eu.

Vai ver se eu tenho blog com nome em latim; vai ver se eu escrevo estrelismos por aí. Ou se sou um poeta, co-autor do meu próprio blog. Que nada. Isso não acontece por aqui. Sou só um cara que decide escrever esporadicamente. Só se der na telha. Ainda se tivesse coisa inteligente a dizer...

Então, turma, não desanimem. Sejam pacientes. Sempre que eu tiver uma dor de cabeça e disso surgir algo brilhante, eu escrevo!

Dica da semana: sua coluna será muito mais sua amiga se você não tirar a sesta no ônibus.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2002

Hoje foi dia de comprar presente de aniversário para a sogra. Comprei nada, já que fui proibido de sequer mandar um beijo de parabéns. Só fiz dar pitaco. Espero que os créditos sejam dados apenas na hipótese de ter sido um bom presente!

Quem não gosta de Ferreira Gullar?

Quanto ao último post, devo alguns comentários e explicações. Antes, o comentário: quero agradecer a todos pelos comments. Fazia tempo eu vinha me sentindo abandonado pelos meus leitores.

Explicações: não quis dizer que a crônica acabou. Não. Acho que ela está minguando das páginas. Acho que ela, lamentavelmente, vai acabar.

Mas tudo bem. Tudo passa, tudo acaba, tudo morre. Até o Orlando Villas-Boas. Vai deixar saudades. Se tiverem a oportunidade, encontrem algo dele para ler. Ele sabia escrever muito bem!

Crônica metalingüística

Dia desses, lá estou eu, sentado numa mesa do Bistrô do Paço, onde gosto de passar meus fins de tarde com a minha namorada, eis que surge Carol. A mesma que está "linkada" aí do lado. A mesma que é minha amiga há mais tempo do que contam os anos. Ela trabalha ali. Então, é comum nós três tomarmos um chocolate juntos. Poucas coisas são tão boas quanto dividir a mesa com duas mulheres. Ok, alguns dirão que dividir a cama, mas a minha namorada lê este blog e eu tenho que me comportar.

Bem, voltando ao tal dia, Carol me fala uma daquelas frases que só ela consegue elaborar: "tem gente que escreve como fala [e fez uma careta meio blasé]. Você é o oposto: fala como escreve. E eu gosto da maneira como você escreve". Não fosse este último complemento, eu estaria até agora tentando entender a frase. Ainda acho que ela me chamou de antiquado, mas vou tocando...

Ontem, eu estava conversando com uma amiga capixaba. Ela vai escrever um livro. É a Renata, que também está "linkada" aí na lateral. E vem me cobrar: "quando você vai publicar essas coisas que você bloga?" Ela gosta de ler crônicas e o meu blog é um reduto de crônicas. Eu gosto desse estilo. Rápido, dinâmico e desinteressado interessante de escrever. Acho que tem tudo a ver com a nova comunicação. Nada de longos romances. Curtas crônicas.

Essas conversas me levara a duas constatações. Em primeiro lugar, como as crônicas sumiram do mercado. Não se vê mais um relato curto do quotidiano como se via antigamente. Nas revistas, jornais, internet, o que se vê são comentários sobre a última arbitrariedade do governo Bush, o vexame internacional da América Latina, os extertores do governo FHC e as enrolações do de Lula. Nada mais daquele Amor por entre o Verde, do Vinícius de Moraes. Não se permite mais que alguém Escolha seu Sonho, como Cecília Meireles.

Os livros de crônicas encontrados nas prateleiras são bem aventuradas reedições do passado. O último grande cronista está comemorando 100 anos este ano e ganhou estátua na praia. Isso leva a uma segunda reflexão: será a crônica um estilo morto? Fadado à memória tacanha das aulas de Literatura Brasileira do segundo grau? Nada de errado nisso. É para isso que é um estilo. Eles vêm e vão. Como escrever sonetos virou coisa do passado. Por que razão morreria a crônica?

Acho que a resposta está no início desta crônica, aqui. É um estilo rápido, fácil, raso. Perfeitamente antenado com a contemporaneidade. Uma contemporaneidade rasa, fácil, rápida, quase sem estilo. Qualquer um que aprecie boa leitura prefere fugir da mesmície dos jornais. Todos viramos contestadores e rendemos loas aos longos romances. Aos mais curtos, mas densos contos.

Não importa. O importante é ler.

terça-feira, 10 de dezembro de 2002

Arte de amar
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus – ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
(Manuel Bandeira)


Friozim bom prum início de verão, né não?

Hoje, eu aprendi uma expressão nova: silêncio mental. Vou usar e abusar dela!

Mas pago royalties. Obrigado, Carol!!!

segunda-feira, 9 de dezembro de 2002

Uma das minhas favoritas de John Lennon.

Mind Games

We're playing those mind games together,
pushing the barriers, planting seeds.
Playing the mind guerrila
chanting the mantra, peace on earth.
We all been playing those mind games forever,
some kinda druid dudes, lifting the veil.
Doing the mind guerilla,
some call it magic, the search for the grail.

Love is the answer, and you know that's for sure.
Love is a flower, you gotta let it you gotta let it grow.

So keep on playing those mind games together,
faith in the future outta the now.
You just can't beat all those mind guerilla,
absolute elsewhere in the stones of your mind.
Yeah, we're playing those mind games forever,
projecting our images in space and in time.

Yes is the answer and you know that's for sure.
Yes is surrender you gotta let it you gotta let it go.

So keep on playing those mind games together,
doing the ritual dance in the sun.
Millions of mind guerillas,
putting their soul power to the Karmic wheel.
Keep on playing those mind games forever,
raising the spirits of peace and love.

Love.
I want you to make love, not war,
I know you've heard it before....

Mais ou menos 2.006 anos atrás, Deus olhou para baixo, viu sua gente. Viu que as coisas não iam bem e pensou em terminar com tudo por aqui. Antes disso, Ele resolveu dar uma chance e enviou seu filho. Sua missão? Salvar a Humanidade do pecado e do mal. Até que deu em alguma coisa. Ajudou um pouco.

Só que não foi definitivo. Lá pelas tantas, nós estragamos tudo de novo. Mandamos tudo pelos ares e voltamos a cobiçar a mulher do próximo e xingar os nossos pais. Deus, então, coçou o queixo coberto pela barba branca e decidiu enviar mais alguém. Outra pessoa que pudesse nos lembrar de que a paz é a meta e que somos todos irmãos.

Ele mandou um inglesinho nascer em 1940 e rebolar a bunda tocando rock. E veio John Lennon.

Há exatos 22 anos, Mark Chapman baleou o cantor 5 vezes, em frente ao edifício onde ele morava. Eu comemoro algo um tanto diferente, nessa data. Foi quando eu virei fã dele e dos Beatles. Lembro que, quando soubemos da morte dele, minha mãe traduziu Imagine e algumas letras de músicas dos Beatles e eu vi que eram bárbaras. E comecei a gostar.

Então, que descanse em paz. Ele merece.

domingo, 8 de dezembro de 2002

Ontem, lá vou eu para a festa na casa de um amigo meu. Ficamos na varanda, vendo os carros e a movimentação lá embaixo. Não sei como a antiga Psicose (atual Virtual Game Dance) ainda enche. Tijucano não tem parâmetro, mesmo.

Pois bem, lá estamos eu, meu amigo e a namorada dele olhando mudos lá para baixo. Eis que surge e pára no sinal uma Land Rover verde escuro, com teto solar, quatro portas modelo Defender, com placas de aço mais grossas. Linda! Ficamos eu e meu amigo babando.

É quando tem lugar o seguinte diálogo:

- Vocês podiam, ao menos disfarçar, né? - reclama a namorada do meu amigo.
- Mas é linda - eu respondo.
- É mesmo - ele arremata.
- Só porque ela é loira - ela reclama de novo.

Aí, nós não entendemos. Como um carro pode ser loiro. Naquele pequeno espaço de tempo, em que a gente vai tentando entender o que se passa, nós vimos uma menina muito gatinha encostada num carro perto do jipe. Que vergonha. Ficamos olhando o carro e esquecemos da menina... E ela era bonita, mesmo.

Homens!

Surrealismos suburbanos

Tem coisas que só acontecem na roça. Outras, só acontecem no subúrbio. Nunca vi disso. Esta noite, o carro da minha vizinha foi assaltado. Levaram o vidro da frente. Nada mais.

Vai entender...

Pobreza é uma tristeza.

Domingo, lá vou eu, de manhã e de sandália fazer as compras no Extra. Volto, mãe preparando o almoço e eu preparo uma caipirinha. Abri a caixa de CDs e fui buscar um que combinasse. Perfeito: um duplo do Paulinho da Viola.

Se o dia continuar assim, mais tarde vou à praia de Ramos...

Pobreza é uma tristeza.

Domingo, lá vou eu, de manhã e de sandália fazer as compras no Extra. Volto, mãe preparando o almoço e eu preparo uma caipirinha. Abri a caixa de CDs e fui buscar um que combinasse. Perfeito: um duplo do Paulinho da Viola.

Se o dia continuar assim, mais tarde vou à praia de Ramos...